Na reunião de hoje da Câmara de Leiria, foi apresentado o Plano Municipal de Gestão da Água do concelho, cujo objectivo é a minimização do impacto da seca.
O presidente da autarquia explicou que, nos últimos dias, esteve a ser preparado um “conjunto de intervenções curto e médio prazo”, com 32 medidas.
Segundo Gonçalo Lopes (PS), estão a ser elaborados mapas de risco das zonas mais vulneráveis e que existe uma grande preocupação com a criação de um plano de prevenção, monitorização e contingência para situações seca.
O autarca sublinhou ainda a necessidade de se actuar na área da sensibilização dos munícipes, das Juntas de Freguesia e outras instituições, através de campanhas para poupança e uso eficiente de água.
Os esforços do município serão divididos por várias áreas. Além da referida sensibilização e do plano de prevenção, haverá um esforço, no caso da gestão dos espaços verdes, para a utilização de fontes alternativas de rega, através de águas pluviais ou residuais tratadas, para a aplicação de tecnologias que promovam a eficiência da rega e para as boas práticas de rega.
No espaço público, será interditado temporariamente o uso de água da rede para usos não potáveis, bem como a lavagem de ruas, e será estudada a redução da pressão da água em alguns locais. Outra medida será a criação de reservas de água para evitar rupturas no abastecimento.
No sector agrícola, o trabalho da autarquia passará pela sensibilização de consumos e no envolvimento dos agricultores na gestão do problema.
A Protecção Civil deverá utilizar fontes alternativas de água para as missões de protecção e socorro, como águas pluviais ou residuais tratadas, para o combate a incêndios, adequar as intervenções que requeiram a utilização de água em incêndios rurais.
Será ainda assegurada a disponibilidade de veículos de transporte de água para abastecimento às populações, através dos Corpos de Bombeiros. Outra das medidas será a “comunicação periódica e eficiente” entre a Protecção Civil e os SMAS Leiria para monitorização dos níveis no concelho.
Serão igualmente inventariados os locais alternativos nas freguesias, para recurso a acções de protecção civil em conjunto com as Juntas de Freguesia.
Caberá aos Serviços Municipalizados de Água e Saneamento emitir de forma periódica recomendações sobre boas práticas e conselhos para racionalizar consumos e poupar água, a monitorização e controlo das perdas de água na rede de abastecimento, além do combate ao “uso indevido, através de fiscalização e de penalizações”, durante os meses de Fevereiro e Março, entre outras medidas do foro técnico.
PSD pede que se criem pontos de água nas freguesias
O vereador da oposição, Álvaro Madureira (PSD) concordou com as medidas, mas pediu que seja realizado um “trabalho táctico” e “estratégico de médio e longo prazo”, para conhecer o potencial dos recursos hídricos dos aquíferos subterrâneos – “ um manancial grande que temos de proteger”.