Com abertura agendada para Julho, o Leiria Artem é o mais recente hotel de Leiria, apresentando-se com uma identidade marcada pela arte e criatividade. “É uma exposição permanente de artes e de artistas de Leiria, mas dentro do conceito de hotel… é uma galeria”, resume o promotor, Nelson Bastos, que é igualmente o administrador do Grupo Quinta dos Lagos, fundado em 2004 e que opera na organização de eventos.
Os artistas da cidade e da região foram convidados a decorar um quarto temático cada.
“Fizemos uma pesquisa e escolhemos pessoas que criaram mais-valias no campo artístico para o nome de Leiria. Quando abrirmos, em Julho, teremos, por exemplo, um quarto Annarella, decorado por ela”, explica o empresário.
Nelson Bastos sublinha que existe uma “grande falha na cidade”, traduzida na inexistência, até agora, de um hotel de conforto.
“Quem tiver um cliente da área dos moldes e plástico, da pedra, do vidro, do que quer que seja, e o quiser alojar num espaço deste tipo, não o encontrará na região.”
Foi esta oportunidade de negócio que levou o empresário a considerar a criação de um hotel de quatro estrelas, para dar resposta aos clientes nacionais que procuram um local central para os seus eventos.
Para Nelson Bastos, é óbvio que, mais central do que Leiria, não existe. A posição geográfica, admite foi crucial para a implantação do equipamento e do complexo de eventos de que faz parte.
“Estamos no centro do País e temos um crescimento enorme a nível dos eventos. A cidade é muito procurada. Temos outra quinta na Nazaré, a Quinta do Pinheiro, também com espaço de eventos e hotel, que também é muito procurada, mas Leiria, devido aos seus acessos rodoviários, com a A1 e A8 na proximidade, e situação geográfica a meio do território é a mais desejada”.
O novo hotel representa a conclusão da segunda etapa de um empreendimento com duas fases.
A primeira, iniciada e concluída durante a pandemia, foi a criação do novo recinto de eventos com capacidade para 700 pessoas.
Neste contexto, a nova unidade hoteleira tem como função dar apoio e oferecer um local de pernoita, no caso de encontros empresariais, convenções, casamentos ou de outro evento que implique a deslocação dos participantes.
Com capacidade de alojamento para mais de 60 hóspedes, distribuídos por quartos singles, duplos e triplos, conta com um auditório com capacidade para 200 pessoas, que se junta à sala de conferências capaz de albergar 600 a 700 pessoas, piscinas interior e exterior aquecidas, ginásio, sauna, jacuzzi, SPA e banho turco.
O investimento, diz o empresário, foi “avultado, mas sem medo”.
O resultado é um hotel que não quer ser para massas, mas pretende “primar pela diferença”.
“O grupo, que emprega 30 pessoas efectivas, além de mais 200 em part-time, tem estado a crescer – cerca de 60% – no mercado corporate, com grandes empresas nacionais, para quem o alojamento é importantíssimo para os eventos se poderem realizar. Tivemos, recentemente, um encontro nacional da MCoutinho, onde os participantes se deslocaram de todo o País, até Leiria, que é o centro do País”, diz o responsável.
A gerir as cinco quintas e dois hotéis do Grupo Quinta dos Lagos – Quinta do Pinheiro (com hotel), na Nazaré, Quinta da Aldeia, em Porto de Mós, Quinta das Oliveiras, a Quinta dos Lagos (com hotel) e a Quinta das Palmeiras, todas em Leiria -, Nelson Bastos afirma que não irá apostar em grandes centros de eventos, pois defende a qualidade e não acredita num modelo “industrializado”, para mil ou 1.500 pessoas.
“É preciso equilíbrio”, afirma.
Requalificação do património local
Nelson Bastos contou com o apoio de Marlene Salgueiro, do atelier Mosho, para a coordenação dos trabalhos nos quartos decorados pelos artistas.
Na lista de criativos, encontramos a professora de ballet Annarella Sanchez, a Fade In – Associação de Acção Cultural, que organiza o festival Extramuralhas e decorou o quarto em negro, a “mais sexy das cores”, a artista plástica e joalheira Sandrine Vieira, o escultor Basílio, da Batalha, ou o repórter de guerra Nuno André Ferreira.
Era também o local onde se confeccionava e servia o famoso “arroz de pato da Azoia”, explica o administrador da Quinta dos Lagos.