No primeiro Concurso de Apoio à Programação da Rede de Teatros e Cineteatros Portugueses, com resultados divulgados este ano, na Primavera, o Teatro José Lúcio da Silva recebe um apoio de 800 mil euros para quatro anos, que contribui, já em 2022, para o maior orçamento de sempre destinado a programação naquele equipamento municipal. A Câmara Municipal de Leiria prepara- se agora para candidatar o Banco das Artes Galeria (BAG) à nova Rede Portuguesa de Arte Contemporânea, cuja fase de adesão abre em Setembro, através de uma plataforma a disponibilizar pela Direcção-Geral das Artes, depois de o ministro da Cultura, Pedro Adão e Silva, ter assinado, no passado mês de Julho, o despacho que regulamento o processo.
Não existem, por enquanto, linhas de financiamento associadas à Rede Portuguesa de Arte Contemporânea, mas é o próprio director-geral das Artes, Américo Rodrigues, a sublinhar que o espírito da iniciativa do Governo (lançada no ano passado, através da Resolução do Conselho de Ministros n.º 50/2021, de 11 de Maio) procura repetir o modelo aplicado às salas de espectáculos. “A partir de Setembro, a Rede [Portuguesa de Arte Contemporânea] entra num processo irreversível, à semelhança do que se fez com a Rede Portuguesa de Teatros e Cineteatros, que está em pleno funcionamento com 81 aderentes e 39 equipamentos financiados por todo o País”, detalhou, em Julho, citado pela agência Lusa.
Por enquanto, a intenção da autarquia de Leiria é colocar o BAG como membro fundador de um clube em que se encontram as melhores práticas, a nível nacional, explica a vereadora Anabela Graça. “Reconhecendo a importância da Rede Portuguesa de Arte Contemporânea, o Município pretende candidatar o Banco das Artes Galeria com o objectivo de, por um lado, ver reconhecido o papel que este equipamento cultural tem desempenhado nos últimos anos na dinamização da arte contemporânea na região, e, por outro, estimular internamente o cumprimento de padrões de rigor e de qualidade no exercício das respectivas actividades culturais e artísticas”.
A funcionar nas antigas instalações do Banco de Portugal, no Largo 5 de Outubro, o BAG, segundo a vereadora com o pelouro da Cultura, é o “espaço central da arte contemporânea em Leiria” e “tem apresentado uma oferta plural e enriquecedora, com exposições de artistas nacionais e internacionais, sendo um dos equipamentos municipais de destaque na difusão de cultura visual, reconhecido a nível nacional”.
“Pretendemos integrar, contribuir para, e vir a beneficiar das sinergias que a Rede [Portuguesa de Arte Contemporânea] pretende dinamizar entre espaços expositivos e a comunidade de artistas programadores, curadores e coleccionadores que a integrem”, refere Anabela Graça, na resposta por escrito ao JORNAL DE LEIRIA. “Serão várias as oportunidades que são oferecidas por esta plataforma de circulação, divulgação e promoção da arte contemporânea, designadamente no que respeita ao reconhecimento da relevância do equipamento cultural, à visibilidade e divulgação sistematizada, periódica e actualizada das entidades de arte contemporânea, sua actividade programática e respectiva oferta cultural, à capacitação dos seus actores, à ampliação do acesso à arte contemporânea e ao cumprimento de padrões de qualidade”.
O diploma do Governo que cria a Rede Portuguesa de Arte Contemporânea, publicado em 11 de Maio do ano passado em Diário da República, define-a como uma plataforma de dinamização que irá promover a interacção de 120 instituições dispersas pelo País, já identificadas.