Numa organização da Câmara Municipal de Leiria com a curadoria de Raquel Henriques da Silva e Emília Margarida Marques, o m|i|mo – Museu da Imagem em Movimento – tem patente a exposição “Artistas na fábrica” com trabalhos “de grande qualidade e importância, que manifestam o seu empenho em testemunhar as condições de trabalho do operariado fabril” de Tereza Arriaga (1915-2013), Jorge de Oliveira (1924-2012) e Manuel Filipe (1908-2002).
Este último, com desenho a carvão, representou a “dureza, o sofrimento e a falta de esperança de um operariado oprimido”. Tereza Arriaga fez imensos retratos de “meninos-operário” da Nacional Fábrica de Vidros (Marinha Grande) e Jorge de Oliveira desenhou, presencialmente, na fábrica de cimentos da Maceira-Liz. Esta é uma exposição que vale a pena visitar pela mensagem forte que nos transmite através da documentação, fotografias, filmes e as obras dos três autores sobre as “realidades fabris” após a Segunda Guerra Mundial.
Descendo até ao centro da cidade, quem entrar no Bag – Banco das Artes Galeria – terá a oportunidade de conhecer a exposição “Álvaro Siza – Um Diálogo entre o Passado e o Presente”. As salas da antiga agência do Banco de Portugal foram transformadas “numa mediação entre a arquitectura passada de Ernesto Korrodi e a presente de Álvaro Siza”. É possível contemplar os esquissos de Siza sobre as mais diversas temáticas, muitas delas desconhecidas do público. A organização é da responsabilidade do Bag / Município de Leiria e curadoria de António Choupina.
Se visitar a exposição aproveite para ver uma outra, também no Bag, da autoria do artista leiriense (Bajouca) Pedro Pedrosa da Fonseca intitulada “Pedras que Voam”, com curadoria de Ana Anacleto.
Estes são 3 exemplos da cultura que se faz em Leiria e possível visitar, calmamente, numa tarde. Contudo, apenas salientei dois espaços culturais da cidade. São dezenas os que existem na cidade e em todo o concelho… Por isso, “Leiria não existe”. Leiria é Cultura…