A Câmara de Leiria aprovou, na última reunião de executivo, o lançamento do concurso público internacional para a criação do sistema público de bicicletas partilhadas da cidade, num investimento de 740 mil euros acrescidos de IVA.
Segundo o vereador Luís Lopes (PS), que tem o pelouro da mobilidade, o investimento é “para fazer a aquisição de 150 bicicletas, 20 docas, o que significa cerca de 100 lugares de carregamento”.
“Vamos depois distribuir estas 20 docas de estacionamento, sendo que vamos ficar com duas para serem geridas de forma pontual, quer para eventos, provas desportivas ou até algum pedido por escolas, por empresas, em que possamos colaborar nesta solução de mobilidade”, disse Luís Lopes, referindo que as docas se distribuem por toda a malha urbana da cidade de Leiria.
De acordo com o autarca, “a lógica foi ter uma rede que permita cobrir, praticamente, toda a zona urbana, porque a lógica é que as pessoas utilizem a sua bicicleta, independentemente do sítio onde moram”.
Luís Lopes acrescentou que o “sistema é gratuito” e considerou que “nem faria sentido de outra forma”.
“Se queremos que, efectivamente, haja uma mudança de mentalidades de mobilidade em Leiria (…), se não fosse gratuito, dificilmente teríamos adesão ao serviço”, observou.
Sobre o modo de funcionamento do sistema partilhado de bicicletas, o autarca afirmou que vai ser gratuito e a pedido, mediante contrato, necessário também por questões de seguro.
“O sistema é gratuito, é a pedido, por um período em que nós estamos a estimar que seja de seis meses, para também haver aqui uma lógica de longa utilização, para não ser uma coisa muito pontual, e que depois será renovada ao fim dos seis meses ou, não sendo renovado”, é substituído por outro utilizador, precisou.
O vereador explicou que se pretende, depois, através de uma aplicação, que o utilizador possa comunicar uma avaria ou reportar outra circunstância.
Luís Lopes esclareceu que este concurso é a correção de um primeiro, explicando que com a pandemia o Município teve de atrasar o processo.
“Além disso, com esta subida de preços, tivemos de fazer também a revisão, quer de quantidades, quer da especificidade do tipo de bicicletas que nós queríamos, mas também da tecnologia associada, quer no sistema de controlo e monitorização das avarias”, como também no tipo de docas e quanto ao sistema de georreferenciação, declarou.
O vereador adiantou que “foi necessário corrigir algumas peças [do concurso] e adequar aos preços de mercado à data de hoje, para que o serviço fosse, efetivamente, mais eficiente”.
O concurso é financiado em 85% por fundos comunitários.
“Eu gostava imenso de dizer que, com toda a certeza absoluta, que iríamos ter isto no prazo de 12 meses. Com os orçamentos que temos, é essa a estimativa e é esse o nosso desejo”, apontou, admitindo, contudo, que há uma dificuldade que se prende com o “cumprimento dos prazos de entrega dos fornecedores que têm tido atrasos constantes”.
Na reunião de Câmara, a vereadora do PSD Branca Matos defendeu a inclusão de outras escolas, sustentando que “seria bastante importante por uma questão de hábitos de utilização” das bicicletas.
Luís Lopes respondeu que “nesta fase estes são os pontos mais críticos da análise que foi feita e alguns [locais das docas] são relativamente próximos das escolas”.
“Numa lógica de crescimento futuro, é evidente que as escolas serão consideradas”, garantiu.