A Câmara de Leiria mantém em vigor as medidas do Plano Municipal de Gestão da Água, apesar de a situação de seca ter diminuído, continuando a sua monitorização, disse esta quarta-feira à agência Lusa o vereador Luís Lopes.
“Iremos continuar a fazê-lo [monitorização], mesmo durante o Inverno, ou seja, durante a época de precipitação, para percebermos primeiro qual é o nível efectivo de profundidade da água e também a qualidade da água que vamos ter e a necessidade de reajuste de algumas das medidas que temos consideradas no plano”, explicou Luís Lopes.
Segundo o autarca, que tem, entre outros, os pelouros do Ambiente, Protecção Civil e Serviços Municipalizados de Água e Saneamento (SMAS), as acções “vão continuar a ser aplicadas”, incluindo a boa gestão, racionamento, reutilização de água e o investimento em novos reservatórios, “para gestão da água, nomeadamente depois para o apoio às operações de protecção civil e combate a incêndios”.
Em Fevereiro do ano passado, a Câmara de Leiria anunciou 32 medidas no âmbito do Plano Municipal de Gestão da Água, para mitigar os efeitos da seca, quando, no mês anterior, 11% do continente português estava em seca extrema.
Entre as medidas estavam a análise da construção de reservas de água, sistema de alerta para fugas e uso de outras fontes para rega.
Segundo o último boletim climatológico, divulgado este mês, a área de Portugal continental em seca meteorológica diminuiu para metade em Setembro face a Agosto.
A região Norte e parte do Centro já não se encontram em situação de seca, enquanto a sul, os distritos de Setúbal, Évora, Beja e Faro têm várias zonas em seca severa.
No final de Setembro, 54,9% do território estava em situação de seca, mas nenhuma área em seca extrema, ao contrário do que se verificava em Agosto, com 97% de Portugal continental em seca, 27,1% da qual em situação extrema.
O vereador salientou que há uma redução do consumo de água, mas “pode não ser uma tradução clara de uma alteração de comportamento” dos cidadãos.
“Agora é evidente que, apesar de a situação de seca estar melhor do que aquilo que era a nossa previsão inicialmente, iremos continuar com estas medidas e iremos continuar com a mesma tónica, ou seja, a gestão da água deve estar na ordem do dia, independentemente de estar a chover mais ou menos, de haver mais ou menos disponibilidade de recursos hídricos”, declarou.
Luís Lopes advertiu ainda que este é um problema que “não se vai resolver num ano, nem em dois, nem em 10 e que, cada vez mais, esta boa gestão na água é absolutamente crucial” para o futuro e qualidade de vida.
“Os resultados são ligeiramente melhores do que aquilo que foi a nossa análise no início deste ano, mas, ainda assim, entendemos que se estamos a melhorar é porque estamos a seguir o trajecto correcto”, garantiu.
De acordo com Luís Lopes, projectos dos SMAS de Leiria, como a telemetria e acções de sensibilização e educação para a gestão da água, são também para continuar, adiantando que a Câmara está a tentar que em investimentos futuros no concelho, como o do biometano, a água usada nos respectivos processos seja reutilizada.
“Isso também é um indicador importante relativamente à indústria”, considerou o autarca.