A PSP de Leiria vai reforçar a reposta à criminalidade violenta e grave, com a criação de duas Equipas de Prevenção e Reacção Imediata, que utilizarão dois motociclos oferecidos pela câmara e que foram entregues esta terça-feira.
Segundo o comandante distrital da PSP, Domingos Urbano Antunes, a cedência das viaturas permitirá “dar visibilidade e aumentar a capacidade de reacção a uma criminalidade que começa a ser notória”. “É um passo decisivo. Estas equipas só existem em Lisboa, Porto, Faro e Setúbal, e Leiria tem agora também”, afirmou o responsável, após a assinatura do protocolo de cedência dos motociclos.
Na ocasião, o comandante disse esperar que durante este mês “já se perceba que algo mudou em Leiria”, com o aumento da “percepção de segurança” em resultando deste reforço de patrulhamento.
A sessão, realizada esta tarde, serviu também para a GNR e a PSP de Leiria apresentaram os números da criminalidade registados até Outubro.
Dentro da área de actuação da GNR, verifica-se uma “ligeira redução da criminalidade geral”, avançou o tenente João Marçal, comandante do destacamento territorial de Leiria em suplência, revelando que, em 2022, houve 316 crimes contra pessoas, número que aumentou no ano seguinte para 373. “Até Outubro deste ano temos 308 participações”, adiantou.
Já em ao nível da violência doméstica, a GNR registou 132 crimes nos primeiros nove meses deste ano, sendo que, nos dois anos anteriores, recebeu 129 e 150 queixas, respectivamente.
Os dados apresentados por João Marçal indicam ainda um crescimento da criminalidade violenta e grave com 35 situações este ano, contra as 22 de 2023 e 25 em 2022.
Também na área de intervenção da PSP houve um aumento na criminalidade geral e violenta e grave, com picos nos meses de verão. Segundo os dados apresentados, pelo comandante da divisão da PSP de Leiria, Firmino Rodrigues até Outubro, a PSP contabilizou 1.508 ocorrências de criminalidade geral e 53 casos de crimes violentos e graves.
De acordo com aquele representante da PSP, os crimes com maior subida foram as burlas na aquisição ou aluguer de bens móveis, dano de veículo motorizado, furto de acessórios/peças em veículo e outros furtos. Estes crimes praticamente não se verificaram em 2023. Já a violência doméstica passou de 134 para 163 denúncias este ano.
Em sentido inverso, ou seja entre os crimes que mais desceram, estão a burla informática, furto em edifícios comerciais, furto em veiculo motorizado, outras burlas e outros danos.
Com vista a melhorar a segurança na cidade, o vereador com o pelouro da protecção civil, Luís Lopes, apresentou um plano de acção de segurança urbana, com recurso a “políticas de prevenção no território”, entre as quais o reforço e a substituição de iluminação públicas, com o objectivo de “aumentar a luminosidade e visibilidade, em várias zonas urbanas, nomeadamente no percurso Polis”.
Está também prevista a eliminação de barreiras visuais que impedem a não identificação de objectos em aproximação ou permitem que pessoas se escondem, e a redução da densidade de vegetação e desramação “de forma a aumentar as áreas de visibilidade”.
Luís Lopes avançou ainda que a criação da Polícia Municipal aguarda apenas pela autorização d conselho de ministros, para que se inicie o recrutamento. “Esperamos que no quarto trimestre de 2025, ainda não operacional com actividade no território, esteja concluída e a decorrer o período de formação”, anunciou.