No artigo de opinião deste mês trago, não um poeta, mas a reunião de 15 dos melhores poetas portugueses do século XX. Quem nunca se deteve numa destas colectâneas revisitando autores, poemas intemporais, lugares e memórias? E se a isso, juntássemos a aventura de viajar a sós, e conhecer pessoas, lugares e nós próprios nesses vórtices?
Apresento um livro que comprei numa mão cheia de outros, a um vendedor ambulante, num projecto que dá pelo nome de Roda Livro. O querido Edson que chegou há uns anos largos do Brasil, anda numa bicicleta-biblioteca pelos caminhos de Portugal e estaciona-a em certos pontos deste nosso jardim à beira-mar plantado (plasmado por cores menos verdejantes dos fogos que ano após ano reduzem este cantinho), pronto a permutar livros. Rodamos livros como ele, sobre rodas, leva o pecúlio a outros pontos.
“Projeto criado com intuito de comercializar, trocar e doar livros. Acima de tudo, desejamos colaborar para que o livro continue rodando de mãos em mãos e, assim, consigamos levar conhecimento e cultura para o maior número de pessoas possível”.
Neste livro em particular encontrar trechos dos enormes poetas portuguesas como Adília Lopes, Luís Miguel Nava, Al Berto, Herberto Hélder, Alexandre O´Neil, Cesariny, Sophia de Mello Breyner, José Régio, etc.
E é deste último que vos deixo com um dos poemas que mais gosto, e que me leva nesses caminhos da descoberta onde vou por onde desejo, se esse desejo é encontrar o desconhecido. Por outros em tempos perigosos, não vou.
“… Ninguém me diga Vem por aqui! / A minha vida é um vendaval que se soltou./ É uma onda que se alevantou./ É um átomo a mais que se animou…/ Não sei por onde vou / Não sei para onde vou. / – Sei que não vou por aí!”