A “paixão pelo desporto”, o “vício pelo futebol” e a “dependência pela arbitragem” foram os principais motivos que levaram o batalhense Luciano Gonçalves, presidente da APAF – Associação Portuguesa de Árbitros de Futebol, a aceitar o desafio de compilar cerca de 10 anos de artigos de opinião.
‘Todos fazemos parte’ é o livro que reúne 266 artigos redigidos por Luciano Gonçalves, que reflectem “as opiniões de um jovem árbitro da Associação de Futebol de Leiria e da Federação Portuguesa de Futebol, cheio de sonhos, que escrevia para jornais locais, de um ambicioso presidente do Núcleo de Árbitros de Futebol de Porto de Mós, e de um, agora, lírico presidente da APAF”.
Os artigos abordam temas que, ao longo dos anos, “se foram alterando ou deixando de fazer sentido”, embora seja “curioso ver que, ao fim de 10 anos, tanto continua igual”.
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Questionado pelo JORNAL DE LEIRIA sobre o que há ainda a fazer pelo futebol e pela arbitragem em Portugal, Luciano Gonçalves afirma que passa essencialmente pela “valorização de todos os seus agentes” e por ser necessário “entender de uma vez por todas que fazemos todos parte”.
“Quanto melhores forem as condições, melhores desempenhos iremos ter e melhor futebol podemos visualizar. Temos de uma vez por todas deixar que a ‘clubite’ condicione o bem maior que é o futebol no seu todo. Quanto mais unidos estivermos, mais facilmente podemos ver os nossos intervenientes brilharem internacionalmente”, salienta.
Partindo da premissa que o livro tinha de incluir a participação de todos, algo que o batalhense defende “há anos na arbitragem e no futebol”, a obra permite que cada leitor, ao longo dos artigos, interaja através de um QRCode, que o levará a um espaço de crítica e reflexão, onde poderá classificar o artigo, atribuindo um cartão branco ao positivo e boa prática, um amarelo a melhorar ou a desenvolver, e vermelho ao negativo e à necessária mudança.
Mediante o QRCode, que pode ser encontrado na capa e ao longo do livro, os leitores podem deixar sugestões de temas a serem abordados, assim como ter acesso aos artigos que Luciano Gonçalves continuará a escrever, seja nas redes socais ou nos meios de comunicação social.
Presidente da APAF há sete anos, confessa que tem sido uma “caminhada muito difícil, mas muito gratificante”. “Olho para estes sete anos como uma missão, onde tenho a oportunidade de contribuir de alguma forma para a valorização da arbitragem portuguesa e do futebol no seu todo”, salienta.
Segundo o responsável, o seu percurso tem sido focado “na pessoa, no árbitro ou jovem árbitro que também é filho, filha, pai, mãe, que têm amigos, família e com problemas e alegrias como todos os humanos”.
Acerca dos principais desafios e dificuldades enfrentados actualmente pela arbitragem em Portugal, Luciano Gonçalves considera que “os problemas do futebol profissional e não profissional estão ligados umbilicalmente, dado que a insegurança e imagem errada criada em torno dos árbitros faz com que não se consiga reter os árbitros como seria desejável”.
