“A crise climática já chegou e vai acelerando mais rapidamente do que a maioria dos cientistas esperava. É mais grave do que se pensava e está a ameaçar ecossistemas naturais e o destino da humanidade.”
O alerta foi deixado esta semana num artigo publicado na revista BioScience, subscrito por mais de 11 mil cientistas de 153 países. Os investigadores advertem para o “sofrimento incalculável” que as alterações climáticas irão provocar a menos que haja grandes transformações na sociedade.
“Há pontos preocupantes tendo em conta que os efeitos de estufa serão irreversíveis e terão um impacto catastrófico na Terra”.
Declarando “clara e inequivocamente” que o planeta está perante “uma emergência climática”, os cientistas sublinham que é imprescindível “mudar a forma como vivemos, o que implica grandes transformações no modo como a sociedade global funciona e interage com os ecossistemas naturais”.
[LER_MAIS]Para os autores do artigo científico, que evidencia o aumento dos gases com efeito de estufa, a “crise climática está ligada a um estilo de vida de consumo excessivo” e são os “países mais influentes e ricos os principais responsáveis pela maior taxa de emissões per capita”.
Dirigindo-se aos governantes e decisores públicos e privados, os cientistas consideram que é possível obter “grandes resultados” se “quem toma as decisões responder a esta declaração de emergência sobre o clima, agindo de forma sustentável para com planeta, a nossa única casa,” e “reorganizarem as prioridades para mitigar as alterações climáticas”.
“Apesar de 40 anos de negociações climáticas a nível global, falhámos amplamente na resolução da crise, salvo algumas excepções. Os problemas que enfrentamos carecem de acções urgentes. As consequências em cadeia podem causar danos nos ecossistemas, na sociedade e na economia, podendo até tornar vastas áreas da Terra inabitáveis.”
O grupo aponta seis passos fundamentais para fazer face a esta emergência climática: travar o crescimento da população, substituir os combustíveis fósseis por renováveis, reduzir os agentes poluidores, proteger e recuperar ecossistemas, pondo fim à destruição de florestas, reduzir o consumo de carne e mudar os objectivos económicos.
É preciso mudar mentalidades