A modernização de dois sub-blocos do aproveitamento hidroagrícola (AH) do Vale do Lis, uma intervenção na barragem de Alvorninha (Caldas da Rainha) e três novos regadios na zona de Alcobaça são os projectos para o distrito contemplados no documento Regadio 2030, que esteve em consulta pública até ao passado dia 15.
Para a obra de modernização dos blocos da Barosa, Ruivaqueira eVale da Marinha (do sub-bloco 2 do Vale do Lis) está previsto um investimento de quase 13,6 milhões de euros. A este juntam-se quase 500 mil euros para estudos de adaptação do projecto.
Já para a modernização dos blocos da Aroeira e do Miguel (sub-bloco 1), o investimento previsto é de 7,3 milhões, a que se somam 425 mil euros de estudos.
A obra do aproveitamento hidroagrícola do Vale do Lis já tem 75 anos e apresenta inúmeros problemas, que originam desperdícios de água e, por consequência, de energia, aponta Henrique Damásio, administrador delegado da Associação de Regantes do Vale do Lis.
Já em curso, e por isso não incluídas no plano Regadio 2030, estão as obras de modernização dos blocos do Boco e das Salgadas, do subperímetro 1, investimento de várias dezenas de milhões de euros.
As condutas existentes, em betão, e à superfície, estão a ser substituídas por condutas enterradas, em polietileno de alta densidade, condutas essas que contemplam torneiras de grande dimensão, de onde é possível obter água com pressão.
“É uma revolução grande”, que permite novos métodos de rega, mais consentâneos com as actuais necessidades dos agricultores do Vale do Lis.
No que respeita à zona Oeste, o documento Regadio 2030 contempla uma intervenção na barragem de Alvorninha, Caldas da Rainha, orçada em 1,3 milhões de euros.
Está previsto também um novo regadio, denominado Maiorga, a abranger 356 hectares nos concelhos de Alcobaça e Nazaré, e beneficiando mais de 400 agricultores. O investimento estimado é de quase 7,8 milhões de euros.
[LER_MAIS] A intervenção proposta compreende, entre outros aspectos, a análise da possibilidade da reabilitação da central mini-hídrica da Fervença, numa lógica de auto-produção; a reabilitação ou modernização do sistema colectivo de rega, utilizando as origens de água disponíveis; e a análise da possibilidade de instalação de uma unidade de auto produção de energia fotovoltaica.
Estão ainda contemplados no plano nacional os novos regadios de Alfeizerão e de Vale do Baça, estes ainda sem investimento definido.
Nestes dois está envolvida a Associação de Agricultores de Alcobaça, cujo presidente explica que os projectos estão ainda em fase preliminar e de estudos e notificação dos proprietários de terrenos.
Filipe Ribeiro frisa que a região de Alcobaça enfrenta problemas de quantidade e de qualidade da água, situação que se espera que estes novos regadios venham ajudar a resolver.
O dirigente sublinha ainda, e em jeito de resposta às críticas de algumas associações ambientalistas, que “a agricultura não gasta água, transforma água em alimentos”.