Em Portugal, 54% dos bebés tomam antibióticos no seu primeiro ano de vida, uma prática que pode ter consequências “sérias” na idade adulta. O alerta é da Sociedade Portuguesa de Alergologia Pediátrica (SPAP), a propósito do Dia Europeu dos Antibióticos, que se assina a 18 de Novembro.
Libério Ribeiro, pediatra e presidente da SPAP, explica que, cerca de 90% das infecções das vias respiratórias são de origem viral e que, em muitos casos, são tratadas com recurso a antibiótico.
“As doenças causadas por vírus provocam um sofrimento considerável nas crianças que, devido ao seu sistema imunitário não estar completamente desenvolvido, chegam a sofrer oito a doze infecções
por ano”, refere o clínico, que considera “extremamente preocupante” perceber que “mais de metade das crianças com menos de um ano já tomou antibióticos para tratar essas infecções, muitas vezes, sem necessidade”.
“Não existe benefício terapêutico de tais medicamentos para as infecções virais, como nos casos de gripes e de constipações”, afirma Libério Ribeiro, citado num comunicado da SPAP, onde refere que “o mercado português já disponibiliza uma opção terapêutica alternativa aos antibióticos no tratamento de infecções virais, eficaz, um medicamento à base de plantas e que não induz resistência”.
Nesse comunicado, o presidente da SPAP sublinha que, “além de gerar custos socioeconómicos elevados para os pais, relacionados com faltas ao trabalho e medicamentos”,o aumento da resistência bacteriana aos antibióticos, “está a tomar proporções elevadas” em todo o mundo. “Se uma criança começar precoce e repetidamente a ser submetida a antibióticos pode ter consequências
sérias no futuro, na idade adulta”, diz Libério Ribeiro, referindo que, a nível europeu, “estima-se que todos os anos cerca de 50 mil pessoas morram na sequência de infecções resistentes”, causadas pelas bactérias que já não podem ser tratadas com antibióticos.
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