E ao 20.º dia o objectivo foi concretizado. A petição promovida pelo geólogo Galopim de Carvalho pela valorização dos trilhos de dinossauros da Pedreira do Galinha, em Ourém, atingiu, este domingo, as 7.500 assinaturas, o número mínimo para que o assunto seja discutido em sessão plenária da Assembleia da República. Ao final da manhã desta segunda-feira, dia 5, o documento já tinha sido subscrito por mais de 7.700 pessoas.
Na petição, é sublinhada a “grandiosidade e espectacularidade” desta jazida do Jurássico, com cerca de 175 milhões de euros e que contém perto de 400 pegadas de grandes saurópedes, “muitas delas bem conservadas e organizadas” em 20 trilhos. Trata-se de um património de grande “raridade” e “significado geológico e paleontológico” ao qual “Portugal pode e deve dar o tratamento que se impõe”, pode ler-se no documento.
Através da subscrição da petição, os seus signatários pedem que as entidades responsáveis desenvolvam e concretizem um projecto de “superior qualidade” e de “nível internacional” para a musealização do espaço, abrangendo as componentes científica, pedagógica, lúdica e turística.
Entre as propostas para dinamização e valorização do espaço defendidas por Galopim de Carvalho, algumas das quais apresentadas em meados dos anos 90 em articulação com os arquitectos Mário Moutinho e Martins Barata, está a criação de um museu, de um auditório e de um comboio ou túnel do tempo, bem com a instalação de silhuetas gigantes de dinossauro.
A realização de espectáculos em 3D com recurso a realidade virtual e de som e luz, bem como de exposições temporárias, em recinto coberto ou ao ar livre, e a criação de um painel do tempo, de uma cafetaria e/ou restaurante e de um recinto de merendas são outras das propostas.
Galopim de Carvalho, antigo director do Museu Nacional de História Natural, propõe ainda a melhoria do jardim jurássico existente, que dispõe de alguns exemplares da flora do período Jurássico, com a possibilidade de haver também réplicas de esqueletos de dinossauros.
Recentemente, o Monumento Natural das Pegadas de Dinossauro da Serra de Aire teve alguns melhoramentos, com a requalificação do centro de interpretação e a criação de um passadiço em madeira.
Entre as personalidades que subscreveram a petição estão Carlos Fiolhais (físico), Jorge Paiva (biólogo), os antigos reitores da Universidade de Lisboa António Sampaio da Nóvoa e José Barata Moura, Assunção Cristas (ex-ministra da Agricultura e do Ambiente), Octávio Mateus (paleontólogo), Alice Vieira (escritora), Manuel Heitor (ex-ministro da Ciência), Manuel Sobrinho Simões (patologista), Maria de Jesus Fernandes (bastonária da Ordem dos Biólogos) e Fernando Catarino (biólogo).