Uma acção de limpeza, realizada este sábado em Mira de Aire, no concelho de Porto de Mós, permitiu recolher 9,4 toneladas de pneus que se encontravam depositados numa zona de mato da freguesia, em área abrangida pelo Parque Natural das Serras de Aire e Candeeiros.
Segundo Alcides Oliveira, presidente da junta, o depósito de pneus foi descoberto junto a um caminho melhorado pela câmara há cerca de “três ou quatro anos”, aquando da limpeza de faixas de gestão de combustível no âmbito da prevenção de incêndios.
“Arranjou-se o caminho para facilitar o acesso aos bombeiros, em caso de fogo, mas alguém aproveitou para fazer este atentado ao ambiente”, desabafa o autarca,confessando-se “surpreendido” com a quantidade de pneus existentes no local. A sua convicção é que esta será ‘obra’ de uma empresa da área e não de acções individuais. “Teriam de ser muitas pessoas para se acumularem 9,4 toneladas”, alega, adiantando que a situação foi identificada “há poucos meses”.
A Junta de Mira de Aire ainda fez uma participação ao SEPNA – Serviço de Protecção da Natureza e do Ambiente da GNR, mas a investigação levada a cabo pelas autoridades revelou-se “inclusiva”, segundo foi comunicado à autarquia. Ao que o JORNAL DE LEIRIA apurou, não foi identificado nenhum suspeito nem aberto um processo de contra-ordenação.
Por seu lado, o Município alegou falta de meios para dar cumprimento à obrigação de remoção dos resíduos. “Tivemos, em determinado momento, dificuldade com recursos humanos, pelo que se adiou a limpeza”, assume Jorge Vala, presidente da câmara, elogiando o “papel determinante” da junta e dos voluntários na resolução deste problema.
Face ao “perigo” que a situação acarretava, a junta pôs mãos à obra, mobilizando voluntários para procederam à limpeza do local. Na acção participaram, além de membros do executivo e da assembleia, elementos das associações MataJovem e Mira-Minde, escoteiros, autarcas de freguesias vizinhas e uma empresa da freguesia, que disponibilizou uma viatura para fazer o transporte dos pneus, encaminhados para uma empresa de reciclagem deste tipo de material.
Alcides Oliveira pede agora a colaboração da população e das forças de segurança, para estarem “vigilantes” e comunicarem movimentações no local que possam parecer suspeitas. “Não gostávamos que, daqui a uns meses, voltasse tudo ao mesmo”, diz.