O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, defendeu na noite de sábado que é preciso fazer da tragédia provocada pelo incêndio de Pedrógão Grande, que provocou 64 mortos oficiais e dezenas de desalojados, um exemplo de reconstrução nacional.
"É preciso começar a reconstruir em convergência de esforços, em conjunto, definindo que é prioritário a reconstrução da casa de primeira habitação", disse o chefe de Estado, no final do concerto em memória das vítimas dos incêndios.
O "concerto em memória das vítimas do incêndio de Pedrógão Grande, Figueiró dos Vinhos e Castanheira de Pera", realizou-se na igreja matriz, pelo Coro do Teatro Nacional de São Carlos, que interpretou o Requiem, de Gabriel Fauré (1845-1924).
Aos jornalistas, o Presidente da República salientou que é necessário que se comece a concretizar o anúncio feito pelo ministro do Planeamento e Infraestruturas, de que dois terços das casas afectadas vão começar a ser reconstruídas a partir das próximas semanas.
"Vou acompanhar [as obras], vindo cá, pois tenciono neste Verão vir muitas vezes, em vários momentos, precisamente para dar apoio ao que está a ser feito e mostrar como exemplo", sublinhou o chefe de Estado, salientando o "esforço notável" que está a ser feito e convicto de que "muito antes" do Natal deve estar concluída a recuperação das primeiras casas.
"Para a semana estarei outra vez, daqui a três semanas, cinco semanas, eu não vou esperar pelo Natal", começou por responder Marcelo Rebelo de Sousa quando questionado pelos jornalistas se iria acompanhar o processo de reconstrução das habitações, que o Governo espera terminar até Dezembro.
E acrescentou: "outra coisa é, acaba de me dar uma ideia, por que não estar aqui na quadra do Natal ou trazer a família ou vir aqui passar uma parte do tempo daquilo que vai ser o Natal, que eu espero já, daquelas famílias que perderam as casas, nas suas novas casas."
O Presidente da República afirmou ainda que gostaria de fazer passeios pedestres na zona, para atrair visitantes para a região.
Antes de assistir ao concerto do Coro do Teatro Nacional de São Carlos, juntamente com o ministro da Cultura e o chefe do Estado Maior do Exército, Marcelo Rebelo de Sousa visitou, sozinho, as aldeias de Nodeirinho e Figueira, que registaram vários mortos e muita destruição.
Segundo o Presidente, que se encontrou com familiares das vítimas, "as pessoas são muito, muito corajosas, e estão a reagir bem, com determinação e com solidariedade". "Encontrei pessoas com uma fibra e uma coragem impressionante. Há aqui uma força vital e uma capacidade de reacção, que prova a fibra de uma nação muito antiga e muito corajosa", disse.
Depois de concluída a recuperação das casas de primeira habitação, o Presidente da República quer ver os esforços canalizados para a recuperação da actividade económica e dos imóveis de segunda residência.
Lusa