Maria Pereira é uma jovem cientista que, depois de ter sido colocada em destaque pelo JORNAL DE LEIRIA, num artigo sobre investigadores de sucesso, em 2014, foi uma de três jovens portugueses que integraram a lista anual 30 Under 30, da revista norte-americana Forbes, que destaca jovens de sucesso com menos de 30 anos.
Desta vez, é a revista Time a destacar a “directora de tecnologias adesivas” da Gecko Biomedical, empresa biotecnológica sediada em Paris. Em 2014, a startup na área da medicina regenerativa obteve 11 milhões de dólares de financiamento de capital de risco para criações como a de Maria Pereira: uma cola capaz de reparar tecidos que precisa apenas de luz para ser activada, permitindo, por exemplo, operações ao coração menos invasivas.
Na sua edição, a revista Time colocou a investigadora portuguesa na secção Next Generation Leaders, com o título She May Solve One of the Oldest Problems in Surgery (Ela poderá resolver um dos mais antigos problemas em cirurgias).
A supercola de Maria promete revolucionar as operações a bebés com malformações congénitas no coração: substitui os pontos e adapta-se ao organismo, não precisando de ser substituída à medida que as crianças crescem, o que aumenta a eficácia. Se tudo correr bem nos ensaios, a tecnologia deve chegar à clínica dentro de dois anos.
Maria Nunes Pereira licenciou-se em Ciências Farmacêuticas pela Universidade de Coimbra em 2007. Na ocasião recebeu o prémio de melhor aluna em quatro anos académicos consecutivos. Em Setembro de 2008 iniciou o doutoramento no âmbito do programa MIT-Portugal.
Com este passaporte, Maria deu o salto para os Estados Unidos, onde fez três dos cinco anos de formação avançada no MIT, em Boston. Regressa a Portugal no final de 2012 e começa a trabalhar em investigação e desenvolvimento numa empresa farmacêutica em Lisboa. Menos de ano e meio depois, foi contratada pela Gecko, onde tem levado a cabo investigação nas áreas da nanotecnologia e regeneração cardíaca.