A Câmara Municipal da Marinha Grande aprovou, por maioria, um orçamento de 36,7 milhões de euros para 2024, com dois votos contra da CDU e duas abstenções do PS.
Os documentos previsionais, incluindo as Grandes Opções do Plano, Mapa de Pessoal e Orçamento, têm ainda de ser aprovados pela Assembleia Municipal, agendada para o final do mês.
Na apresentação dos documentos, na última reunião de executivo, o presidente Aurélio Ferreira, do +MpM, afirmou que a proposta assenta numa “estratégia para melhorar a vida das pessoas”. “Os desafios são a sustentabilidade – transição ecológica e digital, natural -, educação, acção social, infra-estruturas – agua, saneamento e resíduos – , mobilidade e habitação”, referiu.
Segundo adiantou o presidente, estão previstas as requalificações das escolas José Loureiro Botas, Pinhal do Rei e Guilherme Stephens, assim como a construção da residência para estudantes.
“Dois terços do orçamento fica cativado na educação e no pessoal”, salientou.
O autarca esclareceu ainda que as obras de saneamento nas Trutas estão na fase 3 e a próxima fase tem já o projecto aprovado. Está ainda a ser concluído o projecto para o saneamento do Pilado e na Moita estas obras vão iniciar assim que o orçamento for aprovado.
“Existe um valor de 550 mil euros para o saneamento e águas”, precisou Aurélio Ferreira.
Alexandra Dengucho justificou o voto contra da CDU por se tratar de um “orçamento que não dá resposta às imensas necessidades deste concelho, cuja receita em 2024 ascende a 36,7 milhões de euros e tem o peso de 82% de despesas correntes e 18% de investimento”.
“É muito menos daquilo que os marinhenses precisam e merecem”, sublinhou, ao acrescentar que esta proposta é um “vazio de ideias e de concretizações”, demonstrativa de uma “total ausência de estratégia governativa para o concelho e um verdadeiro navegar à vista”.
Segundo a CDU, a proposta “não responde às necessidades de investimento na habitação social e na recuperação do património da autarquia” e “não prevê uma solução ao nível das variantes externas ou da intermodal”.
António Fragoso esclareceu que os vereadores do PS “sempre estiveram do lado construtivo de soluções e de colaboração recusando assumir uma postura de ruptura assente em linguagem e atitudes radicalistas”.
“Verificamos despesas correntes e nada de estratégias de investimento. Sem percebermos os objectivos estratégicos do +MpM na ausência de qualquer tipo de planeamento somos chamados a aprovar uma lista avulsa de obras, as mais sigificativas vindas ainda do mandato do Partido Socialista, o que de todo colide com a anunciada propaganda: ‘connosco seria diferente'”, acrescentou o PS.
Os vereadores socialistas consideram “este orçamento mais do mesmo, uma enormidade de despesas correntes, com cerca de 31 milhões de euros e apenas 6,7 milhões de euros para investimento”.
António Fragoso explicou ainda que o PS “abstém-se na expectativa de, aquando da introdução do saldo de gerência, o executivo defina o rumo e assuma as responsabilidades”.