O esqueleto do Menino do Lapedo e os artefactos arqueológicos associados, descobertos em Santa Eufémia, Leiria, são agora considerados “tesouro nacional”.
A classificação foi aprovada, esta semana, em Conselho de Ministro, num decreto governamental que reconheceu também o Mosteiro de Coz como monumento nacional.
A classificação das peças arquelógicas conhecidas como “Menino do Lapedo” como bem de interesse nacional e a sua designação como tesouro nacional partiu de uma proposta apresentada, no ano passado, pela Direcção-Geral do Património Cultural.
Com essa iniciativa, pretende-se “acentuar a legitimação e o reconhecimento patrimonial deste fóssil humano e dos artefactos associados, cuja relevância científica tem uma dimensão internacional”, como explicou então a vereadora da Cultura da Câmara de Leiria, Anabela Graça.
Situados no Vale do Lapedo, mais concretamente no Abrigo do Lagar Velho, os achados arqueológicos foram descobertos em 1998, sendo já classificados como monumento nacional e dos quais se destaca a sepultura de uma criança do paleolítico superior, vulgarmente conhecida como “Menino do Lapedo”.
Esta é a única sepultura humana deste período conhecida em toda a Península Ibérica, testemunhando a partilha de rituais fúnebres pelos homens que viveram na Europa há mais 25 mil anos.
O esqueleto tornou-se ainda protagonista da problemática em torno da extinção dos Neandertais, sendo interpretado como resultado da miscigenação prévia entre esta espécie e a nossa.