Cerca de 50% da população residente no concelho de Pombal detinha, em 2011, escolaridade inferior ao 2.º ciclo. Segundo dados da autarquia, 28% das pessoas tinha o 1.º ciclo e 25,4% dos cidadãos não possuía qualquer instrução.
Quanto ao ensino superior, apenas 6,85% dos habitantes era licenciado. Números que colocam Pombal abaixo da média nacional, já que, segundo a autarquia, em Portugal, 18,8% da população não tem instrução e 25,4% possui o 1.º ciclo.
Com o objectivo de combater o insucesso escolar e, sobretudo, o absentismo, o concelho deu início ao projecto-piloto Programa Municipal de Potenciação do Sucesso Escolar (PMPSE) Pombal 2020, que inclui a metodologia EPIS – Associação de Empresários pela Inclusão Social, com a qual o município celebrou, em 2014, um protocolo de cooperação.
Com incidência a partir do 1.º ano do 1.º ciclo, o projecto visa desenvolver uma intervenção de proximidade com famílias, escolas e parceiros locais. “O projecto EPIScomeça no 3.º ciclo, mas foi a pedido de Pombal que começámos a fazer o trabalho com esta dimensão, porque achámos que podia ser tarde fazê-lo no 7.º ano.
Sendo um processo mais demorado, não tenho dúvidas que será muito mais recompensador para o incremento do gosto que os alunos devem ter para frequentar a escola e melhorar os seus níveis de vida”, afirma Diogo Mateus, acrescentando que é no 1.º ciclo “que os problemas devem ser detectados e trabalhados”, sendo “um projecto para continuar nos anos seguintes”.
O presidente da Câmara de Pombal admite que este programa “é uma forma de renovação social mais acelerada, absolutamente voluntária, pois participa quem quer e abandona quem quer, mas com envolvimento da comunidade, da família, da câmara e da escola”.
Segundo o autarca, além das condições económicas das famílias, que podem condicionar o prosseguimento de estudos, o abandono escolar poderá estar também relacionado com “processos educativos que não foram muito bem sucedidos”.
Por isso, Diogo Mateus entende que deve haver um “esforço da comunidade para pôr todos os seus meios e empenho” no sentido de inverter esta situação. “Este não é apenas um projecto de sucesso escolar, mas de combate ao absentismo e ao abandono precoce, nomeadamente quando temos hoje uma escolaridade de 12 anos.
Não tenho dúvida que isso vai contrariar, e muito, essa tendência [abandono] e que no futuro teremos resultados muito evidentes.” Constatando que a falta de escolaridade “desqualifica a população e lhes dá menos aptidão para poder ter outra remuneração”, com “repercussão na qualidade de vida dos cidadãos e naquilo que será a sua exigência mais tarde aos filhos”, o presidente entende que o município deve “disponibilizar os meios e ter um projecto que permita, voluntariamente, as famílias aderirem e poderem decidir acompanhar os seus filhos”.
Diogo Mateus afirma que a autarquia tem procurado soluções para os problemas das famílias, “combatendo debilidades que não são conhecidas e, às vezes, até são de uma muitíssima fácil resolução” e, “com isso, demonstrando a todos que podem ir mais longe, que podem ser bons alunos e fazer a escola até ao fim”.
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