Longe do reboliço que invade a Nazaré nos feriados e fins-de-semana, no Meu Jardim não há pazadas de turistas japoneses despejados por autocarros.
Nada contra eles, mas, neste restaurante, tudo tem o seu ritmo, mais tranquilo – e é assim desde há 25 anos, quando o português Emílio Nascimento e a cidadã belga Kristine de Wit viajaram de Andorra para se estabelecerem na praia mais típica de Portugal.
Do estrangeiro, trouxeram a receita de moussaka, o coelho à belga, o confit de pato, o magret de pato fumado com pão torrado, as lasanhas, pizzas e massas, e um talento único para o caril de camarão com vegetais.
Alguns pratos estão na ementa desde os primeiros tempos e ajudaram a construir a fama de uma casa que se afirmou pela diferença – mais do que frase feita, uma evidência. "Fomos comer a muitos restaurantes e era tudo igual. Então, decidimos fazer algo diferente. A cozinha em Portugal evoluiu muito nos últimos 25 anos, mas, quando chegámos à Nazaré, fomos pioneiros", garantem.
E a verdade é que tudo aconteceu mais ou menos por acaso, como nos melhores argumentos do cinema romântico. Com o sonho de um restaurante a encher-lhes a alma, Emílio e Kristine estavam de férias em Nisa, de onde ele é natural, quando alguém lhes sugeriu a Nazaré.
Já tinham percorrido a costa portuguesa, do Algarve a Sines, mas faltava-lhes ver o mar a partir do promontório do Sítio. Fizeram-se à estrada quase sem dinheiro e o homem que lhes deu boleia até ao destino acabou por ajudá-los a descobrir aquele espaço capaz de os convencer – 24 horas depois, tinham o negócio apalavrado.
Trabalharam mais um ano em Andorra, mas em 1991 regressaram à Nazaré, já casados, para iniciar a história do Meu Jardim.
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