Quando a angústia e o stress batem de forma persistente à porta dos trabalhadores, não é apenas a saúde mental dos empregados que sai prejudicada, mas também a produtividade das empresas e o crescimento económico do País.
Esta foi uma das chamadas de atenção de Marina Cordeiro, oradora no VIII Congresso Internacional da Sociedade Portuguesa de Enfermagem de Saúde Mental, que se realizou entre quinta e sextafeira na Escola Superior de Saúde do Politécnico de Leiria (ESSLei/ IPLeiria). Marina Cordeiro partilhou com o auditório algumas das ideias que tem vindo a desenvolver na sua tese de doutoramento.
A investigadora começou por sublinhar que em Portugal (2016) os factores adversos que mais implicam na saúde mental dos trabalhadores são: a percepção do desequilibro entre esforço e recompensa, os ritmos intensos de trabalho, o trabalho sob exposição a ameaças verbais e físicas, também o trabalho por turnos, nocturno, monótono ou repetitivo.
[LER_MAIS] Para ultrapassar os constrangimentos, que colocam stress e angústia no trabalhador, mas também podem contribuir para o absentismo, para a redução da produtividade da empresa e, por consequência, para o abrandamento do crescimento económico do País, há que adoptar medidas concertadas, com base numa equipa multidisciplinar, que incidam no trabalhador, mas também nos processos ou nas condições de trabalho da empresa, recomenda a investigadora.
E que tipo de actividades podem ser adoptadas no local de trabalho? Inúmeras, aponta Marina Cordeiro: sessões de mindfulness (treino mental que ensina as pessoas a lidar com as suas emoções), exercício físico, sessões de relaxamento, workshops de consciencialização sobre efeitos do stress (que envolvam todos os colaboradores, incluindo chefias), rastreios, entre outras actividades.