Em Mogadouro de Cima, Vale de Avessada, Louriceiras, Castelo, no concelho de Ansião, e na Lapa, localidade partilhada entre este município e Pombal, o mau cheiro leva os moradores a fecharem-se dentro de casa.
A situação é denunciada por Suzete Rodrigues, uma das moradoras, que assume o papel de porta-voz oficiosa de quem ali vive.
A situação não é nova, arrasta-se há anos, já motivou abaixos-assinados, manifestações, e tem sido reportada às duas autarquias e às autoridades de saúde e ambiente, embora estas, quando chamadas ao local, não tenham assinalado irregularidades.
“No Verão, é impossível comer na rua e há muitos dias em que não podemos abrir as janelas para refrescar a casa”, dizem moradores, sublinhando o cheiro “nauseabundo” que, em certas ocasiões, torna “o ar quase irrespirável”.
Há um ano, Suzete Rodrigues, que atribui os odores às empresas José Maria Mendes & Mendes e Biosmart, assegurava ao JORNAL DE LEIRIA que, se nada fosse feito, os habitantes se uniriam e organizariam uma nova “manifestação nos Paços do Concelho de Ansião”.
[LER_MAIS]Nada foi feito e o protesto em frente à câmara avançou no dia 10 de Maio, a fim de denunciar “os efeitos negativos na subsistência, saúde e bem-estar, provocado pelas emissões de químicos e substâncias ultrafinas”.
Contactado anteriormente, Carlos Conceição, CEO do Grupo NOV Ambiente & Energia, de que a Biosmart faz parte, assegura que esta empresa não é a origem do odor e que as “unidades da Biosmart, cumprem a legislação em vigor e são constantemente auditadas pelas entidades oficiais, garante da qualidade e cumprimento das melhores normas ambientais.”
Quanto à José Maria Mendes & Mendes, empresa de produção avícola que tem, há pelo menos 20 anos, naquela zona uma unidade de compostagem de estrume, não foi possível recolher uma reacção em tempo útil.