Quem vive nas localidades de Janardo e Milagres, sobretudo, já não sabe como afastar as moscas de casa, de estabelecimentos ou até do próprio carro.
Segundo os relatos e fotos enviadas ao JORNAL DE LEIRIA, há vários dias que centenas destes insectos incomodam os cidadãos. “Nem os insecticidas parecem estar a resultar”, lamenta um dos moradores na zona dos Milagres.
O Município de Leiria tem vindo a monitorizar a situação, dadas as reclamações que têm chegado aos serviços. O vereador Luís Lopes revela que para fazer face à praga está prevista uma acção de desinsectização programada para amanhã, sexta-feira, através de empresa certificada para o efeito, nas localidades de Janardo, Alcaidaria e Milagres.
No entanto, “uma vez que estas são efectuadas ao ar livre e não em zonas específicas e fechadas, têm uma eficácia muito baixa”, admite.
“Esta acção, com recurso a aplicação de biocidas insecticidas específicos para a praga em causa, será apenas efectuada se reunidas as condições meteorológicas favoráveis e que não comprometam a eficácia das mesmas”, informa.
Segundo o vereador, o Município de Leiria tem ainda promovido, através do Serviço Municipal de Vigilância Ambiental (SMVA), “deslocações aos locais identificados, para registo e verificação de ocorrências”, nomeadamente eventuais “espalhamentos indevidos” para “poder reportá-los junto das entidades com competências de fiscalização e actuação”.
No decorrer da semana serão ainda verificadas outras localidades, entre as quais Janardo e Pinheiros, acrescentou Luís Lopes, ao adiantar que na “última acção de vigilância efectuada, ontem [segunda-feira], foram detectadas pilhas de estrume, na zona de Casal Novo (UF Monte Redondo e Carreira), e uma quantidade anormal de moscas em Alcaidaria (Milagres), informação partilhada junto de autoridade policial”.
O autarca lamenta que não tenha sido possível detectar a origem da “quantidade anormal de moscas”, mas aponta “a quantidade de explorações existentes nas localidades, bem como a possibilidade de terem sido realizadas acções de incorporação de efluente nos solos, não respeitando as práticas correctas de incorporação, associados às condições meteorológicas, são factores favoráveis à proliferação de insectos voadores”.
O JORNAL DE LEIRIA sabe que o Serviço de Protecção da Natureza e do Ambiente da GNR de Leiria também já se deslocou a alguns locais esta semana. Luís Lopes admite que o “aumento da frequência e magnitude destas e de outras pragas são expectáveis atendendo às alterações climáticas” e “acções antrópicas associadas a indústria, práticas agrícolas e outras”. “Todas estas freguesias têm em comum a proximidade a linhas de água, aos campos dos lis e a instalações avícolas, podendo este facto estar ou não na origem da praga”, acrescenta, defendendo um aumento da fiscalização para minimizar estas situações.