O Ministério Público (MP) de Leiria acusou seis arguidos dos crimes de tráfico de droga e associação criminosa, num caso que permitiu apreender cocaína, no valor de nove milhões de euros, dissimulada em caixas de banana.
“O MP no Departamento de Investigação e Acção Penal [DIAP] de Leiria deduziu acusação, para julgamento em tribunal colectivo, contra seis arguidos, todos eles em prisão preventiva, pela prática dos crimes de tráfico de estupefacientes agravado e de associação criminosa, e, relativamente a um deles, também pela prática de um crime de detenção de arma e munições proibidas”, anunciou hoje a Procuradoria da República da Comarca de Leiria.
De acordo com a Procuradoria, os arguidos, “pelo menos desde o início de Junho de 2023”, juntaram-se a um grupo de outras pessoas, que não foi possível identificar, com ramificações na América do Sul e em Portugal, com o propósito de fazerem entrar cocaína no país.
A droga era transportada em contentores marítimos, proveniente daquele continente, e com destino a outros países do continente europeu, adiantou a mesma fonte.
“Na sequência da investigação vieram a ser apreendidas 300 embalagens, vulgo ‘tijolos’ de cocaína, com o peso de mais de 300 quilogramas, que vinham acondicionadas e escondidas no interior de 95 caixas de bananas”, referiu.
Segundo a fonte, a cocaína apreendida, no valor global de, pelo menos, cerca de nove milhões de euros, era suficiente para o fabrico de mais de 1,2 milhões de “doses individuais diárias e destinava-se a ser consumida por milhares de cidadãos europeus”.
Aos arguidos foram ainda apreendidas viaturas, “elevadas importâncias em dinheiro, uma arma e munições”.
O inquérito, dirigido pela 1.ª Secção do DIAP de Leiria, foi declarado de especial complexidade, tendo o MP sido coadjuvado na investigação pelo Departamento de Investigação Criminal de Leiria da Polícia Judiciária (PJ).
Há um ano, a PJ informou ter detido dois homens, ambos à data com 45 anos e com dupla nacionalidade (portuguesa e de um país do centro da Europa), em flagrante delito e a apreensão de 351 quilogramas de cocaína que tinha sido importada da América Latina dissimulada em caixas de banana.
Num comunicado emitido em 17 de novembro de 2023, a PJ esclareceu que, na sequência dos vários mandados de busca não domiciliárias a armazéns e viaturas, pesadas e ligeiras, foi apreendida a droga que, “após recondicionamento em carga de madeira, seguiria para o centro/norte da Europa”.
A PJ apreendeu ainda três viaturas automóveis, um ligeiro de passageiros topo de gama, um ligeiro e um pesado de mercadorias, bem como diverso equipamento tecnológico, telemóveis, sistemas de barramento de comunicações e localizadores GPS.
Já em 21 de Maio, a PJ anunciou a detenção de mais três suspeitos, então com idades entre os 30 e os 48 anos, numa operação na qual apreendeu vários elementos probatórios, incluindo 235 mil euros em dinheiro.
Segundo a PJ, estes três homens “terão sido, na altura, os responsáveis pela identificação das paletes, pela sua retirada do armazém e pela sua entrega aos dois operacionais” detidos em novembro.
Nesta segunda operação, a PJ realizou oito buscas, na região de Lisboa, quatro das quais domiciliárias, e “foram ainda apreendidas duas carteiras de criptomoedas, dois relógios de luxo, uma pistola calibre 6,35mm, 102 munições do mesmo calibre, uma viatura topo de gama e material de comunicações e informático”.
Fonte da PJ afirmou na ocasião à Lusa que estes os arguidos são portugueses e não têm antecedentes criminais.