A “degradação” do serviço prestado pelos CTT no concelho levou o presidente da Câmara de Leiria a enviar uma carta do presidente do Conselho de Administração da empresa a pedir medidas para corrigir os atrasos na distribuição de correio.
Na missiva, Gonçalo Lopes transmite a “indignação dos munícipes pela contínua degradação do serviço prestado” e exige “soluções que permitam agilizar e reduzir os tempos de entrega da correspondência”.
O presidente da Câmara frisa que a pandemia do Covid-19 prolongou os atrasos “de várias semanas e até meses”, “com as graves consequências que tal situação poderá acarretar na vida dos munícipes, empresas e instituições do nosso concelho”.
“O atraso na entrega de diversas cartas de serviços essenciais […] continuam a ser os assuntos mais visados pelos munícipes, situações muito graves que podem levar à instauração de processos de contra-ordenação, à aplicação de juros de mora […] e à perda ou corte no pagamento de pensões de reforma, sem que exista uma responsabilidade que possa ser imputada aos munícipes, às empresas e às instituições”, lê-se na missiva.
Durante a reunião de Câmara desta terça-feira, que está ainda a decorrer, Gonçalo Lopes afirmou que existe “uma péssima qualidade do serviço prestado no concelho” e mostrou o seu “repúdio pelo desinvestimento” em Leiria, pelo qual o Município se sente lesado em milhares de euros.
Para ilustrar o prejuízo provocado à Câmara, o autarca referiu as 800 mil cartas enviadas anualmente pelos Serviços Municipalizados de Água e Saneamento (SMAS) de Leiria, com um custo aproximado de 400 mil euros, cuja falta de entrega obriga a despesa com o envio de novas facturas.
“Não houve resposta às várias solicitações do Município”, explicou o responsável, justificando a carta enviada aos CTT e sugerindo o aumento do número de trabalhadores, pois é “necessário recuperar a qualidade do serviço prestado antes do Covid-19”.