A Câmara de Leiria “irá continuar a insistir” junto da Águas do Centro Litoral para que o tratamento terciário seja implementado “o mais rapidamente possível” na ETAR das Olhalvas, que se realize “todo e qualquer investimento que contribua para o melhoramento do tratamento” e a prosseguir o trabalho de “melhoria dos sistemas de saneamento e recolha de águas pluviais”, garante o vereador do Ambiente, Luís Lopes.
As declaraões do autarca surgem em resposta ao pedido de esclarecimentos do JORNAL DE LEIRIA na sequência das análises da Oikos que detectaram níveis elevados de contaminação no troço citadino do rio Lis, nomeadamente, junto à ponte dos Caniços (106.000 E. Coli/100 ml). Valores bem acima dos resultados das quatro análises efectuadas, este ano, pelos Serviços Municipalizados de Água e Saneamento de Leiria que, no ponto mais próximo da ponte dos Caniços (atrás do quartel do bombeiros, junto à ‘ponte relógio’), deram a água como “boa e razoável”, oscilando entre 1.500 e 8.080 E. Coli/100 ml.
“Entendemos que não é fiável ou consistente retirar conclusões de uma análise pontual a estas ou a outras águas superficiais, sem que seja determinado o ponto de poluição (caso exista) e quais as medidas para mitigar/resolver essas situações”, alega o vereador do Ambiente, que lamenta que o município não tenha sido envolvido nesta acção de monitorização desenvolvida pela Oikos em parceria com a Unidade Local de Saúde.
Na semana passada, confrontada com os resultados das análises a jusante da ETAR das Olhalvas, a Águas do Centro Litoral (AdCL) garante que ETAR das Olhalvas “cumpre todos os parâmetros que constam da licença de utilização de recursos hídricos” e que “não foi registada qualquer anomalia” aquando da recolha feita pela Oikos.
A empresa adianta ainda que, tendo em conta que a Câmara de Leiria “sinalizou que pretende que o rio Lis, a jusante da descarga da ETAR, venha a ter outros usos, incluiu a desinfecção do efluente no plano de investimentos a submeter a aprovação do concedente [Estado]”.