A construção de um pavilhão multiusos, de um campo de treinos de apoio ao Estádio Municipal Dr. Magalhães Pessoa, de uma estação de bicicletas com ligação ao BTT, do Aquapolis, assim como a requalificação de diversos equipamentos desportivos existentes ao longo do percurso Polis foram as conclusões apresentadas hoje pelo arquitecto José Pequeno, coordenador do Estudo de Análise e Implantação de Equipamentos Desportivos em área contígua ao Polis.
Encomendado à Concept Fusion, o estudo destaca como prioridade a construção de um pavilhão na zona desportiva, a ser implantado ao lado das piscinas de Leiria.
“O pavilhão na cidade parece ser uma das principais lacunas e parece ser prioritário. A localização teve em conta a ligação que a população tinha ao antigo pavilhão naquela zona”, explicou José Pequeno.
A infra-estrutura pensada terá três bancadas (com um total de 2500 lugares), recinto para eventos desportivos, feiras, exposições, conferências, eventos culturais, espaços técnicos adequados às diferentes funções, zonas de treino e aquecimento, espaço para comunicação social e área para bar/restaurante/cafetaria.
José Pequeno considerou o percurso Polis como um “corredor fundamental na dinâmica da cidade” e defendeu que o pavilhão deve ter uma área de implantação de 4.500 metros quadrados, estimando-se um investimento entre seis a oito milhões de euros, tendo por base infra-estruturas idênticas noutras cidades.
Este investimento seria “um terço face à anterior proposta de construção de um multiusos naquela zona”, ou seja, representaria uma “poupança de 14 a 17 milhões de euros face à anterior proposta, que, a preços actuais, custaria entre 20 e 25 milhões de euros e sacrificava 830 lugares na zona desportiva contra os 240 da actual proposta”, adianta o Município de Leiria.
Além da manter mais lugares de estacionamento, a localização indicada permite ainda a continuidade da realização de eventos ao ar livre, como a Feira de Leiria e o Mercado de Levante.
O estudo traçou ainda um diagnóstico dos equipamentos desportivos e de lazer no corredor urbano do Polis, cujas conclusões recomendam a requalificação do Parque Radical, criando zonas de sombra e dando cor ao espaço “até com artistas locais”, a intervenção no Polidesportivo da Guimarota e no complexo do Clube da Escola de Ténis de Leiria, com um melhoramento do pavimento existente, aumento e cobertura de campos de padel.
Outras sugestões apontam para requalificações no campo de futebol 5, Skate Parque e campo de basquetebol, localizados no conhecido ‘parque do avião’.
Álvaro Madureira, vereador do PSD, discordou da localização apontada para o pavilhão de Leiria, sugerindo a sua implantação nos terrenos do areeiro ou na Quinta de São Venâncio, defendendo que é “necessário abrir a cidade e libertá-la”.
“Esta é uma versão light do anterior projecto do pavilhão, que meteu na gaveta, mas continua com uma visão curta, que só vê a zona do estádio”, criticou.
O presidente da Câmara de Leiria, Gonçalo Lopes (PS), explicou que os locais apontados pela oposição iriam encarecer mais o projecto, porque os terrenos não são municipais. Além disso, o Plano Director Municipal não permitiria a construção em algumas dessas zonas, nomeadamente na Quinta de São Venâncio.
“Nessa zona temos dois pavilhões nas proximidades: o da Juve [Juventude Desportiva do Lis] e o pavilhão inclusivo das Cortes. Iríamos construir numa zona onde nem há pressão do associativismo”, acrescentou o vereador do Desporto, Carlos Palheira (PS).
Gonçalo Lopes disse ainda que o Município de Leiria vai agora avançar com a realização de um estudo prévio para a definição do tipo de pavilhão a desenvolver, sendo auscultado o movimento associativo, cultural e económico.