A Comunidade Intermunicipal do Oeste (OesteCim) vai reivindicar junto do Governo que, no âmbito da requalificação da Linha do Oeste, o embarque dos passageiros passe a ser feito no Rossio, em Lisboa, para atrair turistas para as viagens de comboio.
“Temos a promessa do Governo de que a linha vai ser requalificada, até 2020, e que está em estudo o modelo dessa requalificação, pelo que estamos a tentar que o embarque de passageiros passe a ser feito definitivamente na Estação do Rossio”, disse à agência Lusa o presidente da OesteCim, Pedro Folgado.
A proposta de alteração do local de embarque, feito actualmente no Cacém (concelho de Sintra, distrito de Lisboa), já foi apresentada numa reunião com a empresa Infraestruturas de Portugal, mas vai ser reforçada numa nova reunião já pedida pelos autarcas.
O objectivo, acrescentou, é “atrair o grande número de turistas que afluem à baixa de Lisboa para que venham conhecer a região do Oeste, aproveitando a facilidade e o conforto das viagens de comboio”.
Para isso é necessário que o Governo avance com a requalificação da linha (que liga o Cacém à Figueira da Foz), um investimento que “está orçamentado e previsto”, embora ainda sem a definição de verbas concretas, já que “está ainda a ser feito o estudo de qual a extensão a requalificar”.
A reivindicação das 12 autarquias que integram a Oestecim (Alcobaça, Alenquer, Arruda dos Vinhos, Bombarral, Cadaval, Caldas da Rainha, Lourinhã, Nazaré, Óbidos, Peniche, Sobral de Monte Agraço e Torres Vedras) é no sentido de que a linha “seja electrificada pelo menos até Alcobaça, mas idealmente até Coimbra e Figueira da Foz”.
A ideia de iniciar o percurso no Rossio foi hoje divulgada pelo também autarca de Alenquer durante a viagem inaugural do Folio – Festival Literário Internacional de Óbidos, que juntou cerca de uma centena de pessoas num comboio que levou autores, curadores e jornalistas até Óbidos.
“Pensamos que uma viagem que junta tantas personalidades em torno de um evento desta dimensão é o momento ideal para chamar a atenção para o estado obsoleto da linha e a morosidade do percurso”, que durou mais de hora e meia, entre o Rossio e Óbidos.
“Se queremos dinamizar a região e trazer mais gente aos eventos e produtos turísticos de qualidade que temos, a ferrovia tem que ser requalificada e constitui uma verdadeira alternativa à rodovia e ao carro”, concluiu.
A modernização da Linha do Oeste é reivindicada pelos autarcas da região há vários anos e foi um dos projectos aprovados no âmbito do plano de compensações pela não construção do novo aeroporto de Lisboa na Ota, como esteve previsto durante o Governo de José Sócrates (PS).
O projecto acabou por nunca ser executado, estando agora prevista a requalificação no âmbito do novo plano de intervenções a realizar até 2020.
Agência Lusa