Mais de 100 alunos do 9.º ano da Escola Básica 2, 3 Dr. Correia Mateus, em Leiria, arregaçaram as mangas, vestiram- -se a rigor e pegaram no pincel para colorir uma das principais paredes do estabelecimento de ensino.
No âmbito de um projecto do Plano Nacional das Artes (PNA), os jovens foram desafiados a dar asas à sua imaginação e desenvolveram, nas aulas de Educação Visual, vários desenhos que gostariam de ver representados na parede.
Karolina Sudacov, a artista plástica convidada pela escola, orientou os alunos e ajudou-os a ‘cozinhar’ as suas sugestões. Na fachada que serve agora de tela gigante, os alunos aproveitam os seus tempos livres e o voluntariado de Karolina Sudacov, para darem cor ao edifício e deixarem a arte despertar sentimentos.
Um punho, uma pomba, uma bola, piruetas, uma escola, um livro aberto, um coração ou borboletas, acompanhados da frase “as nossas imperfeições não nos limitam” integram a obra colectiva, que transmite mensagens como amor, amizade, desporto ou paz.
“O objectivo é tornar a escola mais aprazível, bonita, inclusiva e envolver a participação de todos. Este tipo de aprendizagens e a formação artística são muito importantes, mas também os alunos poderem pôr a mão na massa e transformar um espaço que estava feio, velho e sem cor com temas que gostassem de ver representados na escola”, adianta Natália Sapinho, uma das coordenadoras do PNA na Correia Mateus.
Em destaque
Este é só um dos projectos que os alunos têm em mãos para melhorar o espaço onde passam horas a estudar e a conviver com os amigos e colegas. Sob o tema Escola somos todos, Natália Sapinho revela que o projecto PNA tem agora a missão – no segundo período – de colorir a escola com flores, mas também com a criação de espaços de lazer.
“Vamos trabalhar o melhoramento interior: pintar escadas e paredes, arranjar almofadões e cadeirões com material reciclado e paletes” para que os alunos possam ter um espaço onde se sentar nos intervalos ou no seu tempo de lazer. Para a docente, este tipo de projectos contribui para que os alunos possam adquirir outro tipo de competências e desenvolver o empreendedorismo. “Ajuda a tirar a preguiça.
Às vezes, até podiam transformar o seu quarto, mas há o discurso de ‘não me apetece’”, salienta, ao desvalorizar os lamentos de quem diz não ter jeito. Por vezes, são aspectos que deixaram de ser trabalhados e desenvolvidos em casa e nas aulas.
Natália Sapinho vai desafiar os pais a participarem nestes projectos, criando uma ligação à escola e aos filhos, através de actividades diferentes. “Somos uma escola com diferentes agregados familiares, famílias desestruturadas, alunos do lar, de etnia cigana e muitos estrangeiros. Queremos ser o mais inclusivos possível e dar possibilidade a todos de fazerem aquilo que conseguem fazer ou aprender”, reforça.
Ema Ricardo, aluna do 9.º B, considera a iniciativa “muito fixe, sobretudo, por ser uma actividade diferente”. “Gosto muito de pintar e o desenho final ficou muito giro. Nunca tinha pintado em parede e é mais divertido por ser uma superfície grande. Gostava de pintar o meu quarto, não sei é se os meus pais deixariam…”