As cinco carrinhas que integram a caravana de ajuda humanitária proveniente de Leiria chegaram esta manhã ao destino, em dois momentos entre as 05:00 e as 07:00, hora portuguesa, depois de atravessarem Portugal, Espanha, França, Itália, Eslovénia e Hungria, numa viagem de 3.300 quilómetros e mais de 35 horas.
Nas próximas 24 horas, é esperada a chegada do camião carregado com 20 toneladas de donativos (produtos alimentares e de higiene, roupa e acessórios electrónicos, entre outros) entregues por particulares e empresas e recolhidos no contexto da campanha solidária SOS Ucrânia, que o Município de Leiria está a organizar em associação com a comunidade ucraniana do concelho.
As cinco carrinhas – três delas accionadas pela Câmara Municipal de Leiria e outras duas suportadas pelo Grupo Movicortes, proprietário do JORNAL DE LEIRIA, e pela Matcerâmica, empresa de louça com instalações em São Mamede, Batalha – ficaram baseadas em Mátészalka, cidade a 50 quilómetros da fronteira de Tiszabecs (Hungria) com a Ucrânia.
As equipas mobilizadas pela autarquia incluem a médica Inês Vieira, o comandante Miguel Novais dos Bombeiros Voluntários de Leiria e os bombeiros Hugo Fernandes dos Voluntários da Ortigosa, José Manuel dos Voluntários da Maceira e Fernando Fernandes dos Sapadores de Leiria, além de dois cidadãos ucranianos.
As cinco carrinhas também levaram para a Hungria uma quantidade de donativos, incluindo medicamentos, que serão descarregados na fronteira, em articulação com a associação ucraniana destinatária, que se encontra a dar apoio aos refugiados.
Do lado de lá, ainda na Ucrânia, estão as 21 mulheres, crianças e jovens, num grupo com dois bebés, que aguardam há vários dias pela comitiva, que, no regresso, as vai levar para Leiria, onde a maioria tem familiares ou amigos.
Está, assim, cada vez mais perto, o objectivo que vai colocar este conjunto de refugiados sinalizados pela comunidade ucraniana em Portugal a salvo do medo, da ansiedade e da insegurança causada pela invasão da Ucrânia pela Rússia.
Grupos de voluntários disponibilizam ajuda aos refugiados que chegam da Ucrânia, na fronteira de Tiszabecs, na Hungria.
Homens com mais de 60 anos e mulheres sozinhas ou com filhos abandonam a Ucrânia com pouco mais do que a roupa que trazem no corpo.
Expressões de tristeza e de incerteza são visíveis no rosto dos que chegam à fronteira de Tiszabecs.
Os refugiados aguardam na zona de fronteira por alguém que os vá recolher e que lhes garanta um pouco de conforto após uma longa jornada a fugir da guerra.