Vinte anos passaram desde que Ricardo Costa recebeu do pai a prenda mais desejada: o restaurante Casinha Velha, comprado aos antigos proprietários.
As festas de aniversário são comuns na sala de refeições, onde também acontecem jantares de empresários e até pedidos de casamento.
O ambiente tranquilo, intimista e acolhedor, numa espécie de casulo que protege do exterior, convida a celebrar ocasiões especiais tanto como a fechar contratos importantes.
"Muitos negócios se fazem aqui, muitas diferenças se jogam, porque as pessoas tentam impressionar". Por ali circulam ministros, jogadores de futebol, artistas, gente da televisão. "Todas essas pessoas passam por aqui. 95% dos nossos clientes são de fora de Leiria", afirma Ricardo Costa. "Acho que temos feito um bom trabalho porque trazemos cá muitas pessoas. É bom para todos".
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A funcionar na Rua Professores Portelas, a mesma do famoso Tromba Rija, o Casinha Velha continua a carregar a bandeira que transformou Marrazes num destino conhecido em Portugal inteiro, ao ponto de justificar paragens a meio caminho nas viagens entre o Norte e o Sul.
Consta no guia Michelin 2018 e é o único restaurante no concelho de Leiria com a classificação Bib Gourmand, que identifica a melhor relação entre preço e qualidade. Só há mais um no distrito.
Sem bebidas, o preço médio da refeição fica entre 30 e 35 euros por pessoa. E segundo a Revista de Vinhos, é ali que mora a segunda melhor carta de vinhos do País, com 1.500 referências.
"Como os grandes estrelas Michelin vão buscar o melhor produto nós também vamos", afirma Ricardo Costa, que nasceu, cresceu e aprendeu no restaurante da família, O Menino, também localizado nos Marrazes. Mais tarde veio a formação na escola de hotelaria, a que junta a experiência de várias décadas no comando das operações, da cozinha à mesa.
"Todo o nosso repasto é algo que ao longo dos anos vim apurando". Prioridade: destacar-se entre iguais. "Quando falamos de experiência diferente é uma comida tradicional portuguesa, aliada a um bom serviço, com uma excelente carta de vinhos. O mais importante é as pessoas não saírem defraudadas de uma refeição".
As entradas generosas, quentes e frias, do melhor presunto do mundo a todos os queijos DOP portugueses, que só descem sobre a toalha a pedido, o cabrito, o bacalhau, o pato e as carnes maturadas, entre outros momentos gastronómicos, são o alimento da fama do Casinha Velha, casa que recebe o cliente à porta fechada, sempre, não para excluir alguém, mas para melhor acolher quem chega, numa zona de espera apropriada.
"O nosso principal objectivo é sempre o cliente sair daqui bem, porque sem o cliente nós não existimos e o nosso sucesso vem com o cliente", resume Ricardo Costa.
Todos os dias, excepto ao domingo à noite. Encerra à terça-feira para descanso do pessoal. Por enquanto de férias, o Casinha Velha reabre a 24 de Janeiro.