Dizem os aficionados da Taberna do Manelvina, sobre a qualidade dos petiscos que chegam à mesa, que é frequente a faena atingir o patamar das duas orelhas. Por ali a festa brava é levada muito a sério, e as referências acumulam-se, das fotografias, cartazes e cabeças troféu na sala de refeições ao churrasco de toiro de lide que é uma das especialidades da casa.
Para descobrir as origens da paixão que une restaurante e arena, impõe-se recuar quase meio século. Ao tempo em que Alfredo Isabel trabalhava nas então chamadas Oficinas Gerais de Material Aeronáutico (OGMA), em Alverca. "Criou-se uma amizade grande entre forcados, toureiros e ganadeiros", explica o principal rosto da Taberna que começou por ser mercearia.
Hoje, não há mês em que não apareçam na rua principal das Cruzes, na zona de Salir de Matos, concelho de Caldas da Rainha, as estrelas mais cintilantes da tauromaquia portuguesa. Os cavaleiros Joaquim Bastinhas e António Ribeiro Telles, o bandarilheiro Luís Miguel Gonçalves, o matador Pedrito de Portugal, entre outros, já viveram o momento de alternativa na Taberna do Manelvina, tal como muitos fadistas, empresários, artistas e figuras da televisão. Ali cultiva-se o gosto pela tertúlia.
Manuel Isabel, o Manelvina, actualmente com 83 anos, fundou a actividade em 1954, no ramo do comércio, mercearia, café e taberna. E o filho, Alfredo Isabel, tomou as rédeas do negócio em 1997 – fez obras, expandiu o espaço dedicado aos petiscos, e da partilha dos melhores queijos, presuntos e vinhos com amigos e conhecidos, que às vezes lhe pediam para grelhar esta ou aquela peça de carne, começou a nascer a fama que hoje galga quilómetros atrás de quilómetros.
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