A cada dez anos, surgem debates sobre o fim ou começo de uma década. Segundo o Calendário Gregoriano, estabelecido pelo Papa Gregório XIII em 1582 e aplicado no mundo ocidental, incluindo Portugal, e noutras regiões do Globo, as décadas começam no início do ano 1 e terminam no fim dos anos 10.
Isto é, hoje ainda não estamos na segunda década do século XXI.
Essa só se iniciará com o final do ano 2020, a 1 de Janeiro de 2021.
A questão é bastante simples e assenta num facto matemático inquestionável: o nosso calendário teve início com o nascimento de Cristo e a Igreja, em 1582, considerou que não houve ano 0, apenas ano 1.
Ou seja, do ano 1 a.C. passou-se directamente para o ano 1 d.C. É consensual que não existiu ano 0.
Assim, a contagem dos dez, 100 ou mil anos, no nosso calendário ocidental, começa num ano iniciado em 1 e termina num terminado em 1 (1901 – 1911).
Já a primeira década do século XXI é a que vai de 1 de Janeiro de 2001 a 31 de Dezembro de 2010; a segunda, irá de 1 de Janeiro de 2011 a 31 de Dezembro de 2020; a terceira, de 2021 a 2030, e por diante.
Como começou, então, esta confusão?
Novamente com um nascimento: o nosso. A contagem do nosso tempo de vida começa do zero, até ao dia em que perfazemos 1 ano. Isto é: 1 dia/seis meses/12 meses e depois 1 ano.
A mesma confusão passou-se com o milénio, com muitas pessoas a celebrarem o seu início e de um novo século na passagem de 1999 para 2000, quando ele, na verdade, apenas aconteceu de 2000 para 2001.
Houve quem resolvesse a situação, aproveitasse e celebrasse duas vezes.
A questão não é pacífica e muitos desmontam e desvalorizam a exactidão da Matemática neste cálculo, apresentando outras formas de contagem.
A nossa sugestão é uma abordagem inteligente ao diferendo: se já celebrou a passagem para a nova década de 2019 para 2020, a 31 de Dezembro deste ano, volte a celebrar, mas com mais intensidade.