Teresa Mangas, natural de Ourém, rumou ao Brasil há quatro anos. Uma oportunidade de emprego fez com que a família trocasse Leiria, onde vivia, por Salvador da Bahia. As perspectivas de emprego na região não eram as melhores, admite, a empresária de 44 anos.
Licenciada em Gestão de Empresas, com mestrado em Contabilidade e Finanças, em Portugal Teresa Mangas trabalhava na área financeira, mas há dois anos lançou a marca Água de Canela. “A formação na área financeira e de gestão é sempre útil em qualquer ramo de actividade”.
A Água de Canela desenvolve e produz, essencialmente, vestuário de praia, biquínis e fatos de banho. Comercializa também outros artigos relacionados com praia, como cangas e bolsas. “Em conjunto, desenvolvemos os modelos e, através de uma rede de fornecedores que tenho em Salvador da Bahia, procuro e negoceio os tecidos e depois terceirizo a produção.”
A ideia do projecto surgiu logo no primeiro ano em que Teresa Mangas se mudou para o Brasil, inicialmente em parceria com a cunhada e com a enteada, também de Leiria. “Começámos logo a conversar sobre os biquínis brasileiros e sobre a possibilidade de produzir aqui os modelos e mandar para Portugal. Elas fariam aí a divulgação e venda. Nessa altura, decidimos o nome e no Verão de 2015 já fizemos algumas demonstrações das peças em Lisboa e Leiria”, revela ao JORNAL DE LEIRIA.
Em 2016, a marca Água de Canela lançou uma colecção no Verão, que foi publicitada, sobretudo em Lisboa, com demonstrações das peças. “Vendemos também através do instagram e facebook e participámos em vários eventos e feiras. Em Lisboa, fizemos ainda parceria com uma loja de roupa onde colocámos também uma parte da colecção.”
[LER_MAIS] Há cerca de dois meses abriu uma loja em Salvador da Bahia, região nordeste do Brasil, “onde é Verão praticamente durante o ano todo”. O espaço físico “surgiu da necessidade de ultrapassar a sazonalidade do mercado português e também para aproveitar o facto de estar aqui todo o ano”. “No fundo, estava a trabalhar quase todo o ano e depois as vendas em Portugal resumiam-se a três meses por ano”, explica.
Além das vendas efectuadas online, a meta a médio prazo é aumentar a presença em Lisboa. O passo seguinte seria colocar a marca à venda em lojas de Leiria. Teresa Mangas afirma que Água de Canela “foi muito bem aceite” em Portugal.
“Aqui em Salvador a aceitação também tem sido muito boa. Apesar de ser um mercado bastante preenchido por várias boas marcas de vestuário de praia, introduzi alguma inovação, nomeadamente na mistura de vários padrões na mesma peça o que aqui não é habitual, e também trouxe outras peças diferentes (cangas, toalhas e kimonos), para além da decoração da loja que contribuiu para proporcionar um espaço agradável.”
A empresária afirma que “a mudança de ramo não foi consciente”, foi acontecendo à medida que sentiu “necessidade de aprender coisas novas e desenvolver novas capacidades”. Confessando que ainda se está a adaptar a um país “culturalmente (e não só) muito diferente” e “a aprender”, Teresa Mangas admite que “no início foi muito mais difícil”.
“A experiência está a ser boa, pessoal e profissionalmente, ainda é prematuro outras conclusões, porque o caminho ainda só começou, mas estou confiante.”