A Direcção do JORNAL DE LEIRIA faz o seguinte esclarecimento acerca das notícias cujos títulos foram, respectivamente, Colégio de São Miguel despede professores com ligações a ex-director e Professores acusam director do Colégio de São Miguel de perseguição:
1. O JORNAL DE LEIRIA não escreveu em parte alguma que todos os professores do Colégio de São Miguel se sentiram perseguidos, nem sequer que os professores em causa ainda leccionam na instituição;
2. É verdade que os professores com quem o JORNAL DE LEIRIA falou já não leccionam no colégio de São Miguel, mas esse facto não faz com que deixem de ser professores;
3. O que o JORNAL DE LEIRIA escreveu não é mentira, pois é verdade que o Jornal de Leiria falou com professores que acusam o director do Colégio de São Miguel de, entre outras coisas, perseguição;
4. A notícia em causa surge na sequência de várias acções interpostas em tribunal por, à altura, professores do Colégio de São Miguel;
5. A maioria das acções não chegou a julgamento porque o Colégio de São Miguel aceitou pagar indemnizações aos professores em causa, o que num dos casos ultrapassou os 100 mil euros. No caso julgado foi dada razão à professora, com o tribunal a acusar o Colégio de São Miguel de “clara e injustificada discriminação”;
6. O JORNAL DE LEIRIA não pode ser acusado de parcialidade, pois foi este mesmo jornal que noticiou em primeira mão a questão da transferência de verbas do Colégio de São Miguel para a Fundação Arca da Aliança, autorizada pelo ex-director padre Joaquim Ventura;
7. O JORNAL DE LEIRIA tem o maior respeito pelo Colégio de São Miguel, e pelos seus professores, instituição de referência nesta região de onde tem recebido, inclusive, alunos estagiários. Isso não impede, no entanto, que o JORNAL DE LEIRIA faça o seu trabalho e noticie o que entende ser relevante.
8. O JORNAL DE LEIRIA publica neste espaço as seis cartas de contestação que recebeu e que mostram claramente que a gestão do actual director do Colégio de São Miguel, padre Adelino Guarda, tem também os seus adeptos.
Publicamos abaixo as cartas recebidas, submetidas por actuais professores na instituição
Capa do Jornal de Leiria de 24 de novembro
Fui confrontado no dia 24 de novembro com a notícia de capa do Jornal de Leiria onde se refere que os professores do Colégio de S. Miguel, em Fátima, acusam o seu diretor de perseguição. Ao ler a reportagem no interior do jornal, página dez, pude verificar que, a mote da notícia da reintegração de uma professora, se incorre em declarações de professores que não se identificam e que já não exercem a profissão docente no Colégio. Com base em informações pessoais, infere-se que todo o corpo docente comunga das mesmas opiniões e que as assume como verdadeiras, o que não corresponde totalmente à verdade. Eu sou professor do Colégio de S. Miguel, em Fátima. Presto serviço na instituição há 21 anos. Perante esta notícia sinto-me no dever de exercer o meu direito de resposta e de retificação, uma vez que entendo que a peça jornalística se usou do nome dos professores como objeto de referências que afetam a reputação e o bom nome do corpo docente e do Colégio, para além das ideias erróneas e inverídicas que fizeram passar e que nos dizem respeito. Entendo que é urgente e necessário que os professores do Colégio se manifestem para repor a verdade. E temos que chamar as coisas pelo nome. O que li são mentiras. Se há professores que se queixam de perseguição, é mentira. Poderão queixar-se de exigência. E isso é negativo? Se há professores que falam de mal-estar no corpo docente, é mentira. Nunca os professores do Colégio estivaram tão unidos como nos últimos anos, sempre com o objetivo de servir as famílias que nos confiam a educação dos filhos. E de servir bem. Se há professores que falam agora em gestão danosa, mentem, mais uma vez. Podemos recuar um pouco no tempo e lembrar que, como já foi publicado pelo Jornal de Leiria, ao antigo diretor do Colégio foram atribuídas culpas num processo de transferência de verbas para uma fundação criada por si, o que o obrigou a pagar uma indemnização à instituição por danos patrimoniais e não patrimoniais. Lembro que o Colégio foi administrado pelo antigo diretor ao longo de cinquenta anos, tendo-se retirado em 2012. Se há professores que referem que mantêm a mesma linha de orientação que o antigo diretor e que não concordam com a atual direção, até poderão sentir-se inconvenientes, não podem é afirmar que, e cito, “quem não alterou o discurso e se manteve leal e coerente com os seus princípios… foi dispensado, que é como quem diz, forçado a sair”. Admito que a notícia seja apetecível para a capa de um jornal local. O impacto junto da comunidade será elevado, até porque a opinião pública vive cada vez mais de escândalos. No entanto, há outra parte que não foi ouvida. A notícia está mal contada. Também admito que possa existir um considerável número de pessoas interessadas em difamar o nome do Colégio e da atual direção. Mas injustamente. A professora que foi reintegrada, da qual se faz notícia, fazia parte da anterior direção, auferia um vencimento superior às suas horas de lecionação e acredito que se sinta lesionada por ver que se teria que ajustar aos cortes provenientes dos últimos Orçamentos de Estado para o ensino particular e cooperativo, e que a todos afetou. O meu silêncio enquanto trabalhador daquela instituição não é solução. O meu silêncio seria pactuar com o que foi publicado e validar as mentiras e as injustiças que se estão a cometer em nome de uma vassalagem que alguns professores tinham para com a anterior direção. Pelo exposto, exijo que seja reposta a verdade em relação a este assunto na próxima edição do Jornal de Leiria, em abono do bom nome e da confiança que centenas de famílias nos têm demonstrado ao longo dos anos.
Emanuel Jacinto
(Texto escrito segundo as regras do Acordo Ortográfico de 1990)
Colégio de São Miguel
Venho, por este meio, manifestar a minha indignação, bem como o direito de resposta e retificação relativa à notícia de capa do Jornal de Leiria do dia 24 de novembro de 2016. Chamo-me Hélia Salvado, sou professora do Colégio de São Miguel há treze anos e não me revejo nas afirmações publicadas. O título apresentado em primeira página não corresponde, de todo, à verdade. O título refere-se aos “professores do Colégio de São Miguel” e eu, enquanto professora desse colégio, reitero a minha posição – não acuso o atual diretor de perseguição. Não alterei o meu discurso, mantiveme leal e coerente com os meus princípios e não fui dispensada ou forçada a sair. A capa desta edição põe em causa a dignidade pessoal e profissional de todos os atuais professores do Colégio de São Miguel. Por ser mentira, por ser abusivo, espero ver reposta a verdade na próxima edição do Jornal de Leiria. Sou professora no Colégio de São Miguel, não fui nem sou perseguida. Hélia Salvado
(Texto escrito segundo as regras do Acordo Ortográfico de 1990)
Indignação
Chamo-me Cláudia Santos e foi com muita indignação e completo repúdio que li, hoje dia 24 de novembro de 2016, o título da primeira página deste jornal bem como o corpo da notícia na página 10. O Colégio de São Miguel é uma escola que, há mais de 50 anos, presta um serviço de altíssima qualidade no ensino de crianças e jovens. Sou membro do seu corpo docente há 20 anos e não me revejo no título que escolheu para primeira página do jornal que dirige. O título da primeira página de hoje [dia 24] é mentira. É abusivo. Não respeita a verdade jornalística. Sou professora do Colégio de São Miguel e não sou nem nunca fui perseguida pelo diretor, sr. Padre Adelino Guarda. A peça jornalística hoje publicada, escrita por Maria Anabela Silva,na página dez (um pouco desviante relativamente ao título da primeira página) diz respeito a casos concretos de pessoas que se escudam no anonimato e fazem acusações gravíssimas. Essas pessoas não são professoras no Colégio de São Miguel, pelo que o título em primeira página diz respeito aos professores que lá trabalham. Por isso, repito, sou lá professora e não sou nem fui perseguida. "Não alterei o meu discurso", "mantive-me coerente com os meus princípios" e não fui forçada a sair. Fui uma das professoras que "marcou presença numa sessão onde o antigo diretor recebeu um prémio" e não fui "convidada" "pelo diretor a explicar a participação nesse evento". Sei a importância de títulos fortes na comercialização de um jornal regional. Mas não posso, de forma nenhuma, calar-me perante uma mentira que enxovalha a dignidade pessoal e profissional dos docentes do Colégio de São Miguel. Quero solicitar-lhe, por isso, a reposição da verdade relativamente ao título/artigo do Jornal de Leiria, da edição de hoje [24 de novembro].
Cláudia Santos
(Texto escrito segundo as regras do Acordo Ortográfico de 1990)
Carta ao Jornal de Leiria
Aprendi, de berço, que devemos dar conta do que vemos e ouvimos. Aprendi que verdades devem ser professadas e que mentiras devem ser corrigidas. Há 24 anos que sou Professora, Educadora e membro de uma Comunidade Educativa de que me orgulho. Não é o céu na terra, não há céus na terra, mas porque razão haveria a mentira de sobrepor-se à realidade, tentando instalar a ausência de Bem, num contexto que todos os dias serve de alavanca para que uma geração avance e estude, cresça e progrida? Aprendi, de pequena, o dever de servir. Como um amigo Jesuíta diz “quando não souberes o que fazer, serve ainda assim…”, sirvo diariamente, com tantos outros colegas e amigos de profissão, ou colaboradores de outras áreas, raparigas e rapazes de sorriso largo que nos escolheram. E ensino, e explico, e ajudo, e integro, e recupero, e consolo, e incentivo, e peço que considerem… para que de novo comecem… Estou ao lado dos pais e encarregados de educação…nem à frente, nem atrás, ao lado e definimos metas, princípios, tecemos desabafos e olhamos para a frente. Neste fazer, nunca meti no bolso ideias, sonhos… ao invés, tirei do bolso medos, dúvidas e nas equipas educativas encontrei e encontro respostas, ajuda, road-books. E já voltei atrás, pedi desculpa, enganeime, reformulei. Hoje gostava que nos pedissem desculpa, que nos deixassem ser, que nos permitissem educar. Os senhores dos jornais não deveriam dar cobertura à zanga eterna e infinita de pessoas que não têm rosto e são anónimas no que escrevem. Outrora, digo aos meus alunos, havia bom jornalismo. Muito bom. Ainda há…irrompa, sra. jornalista do Jornal de Leiria pelo meu Colégio e escreva, publique… do que observar. Talvez venda…não esteja disposta a tudo, vai aprender isso.
Ana Fazenda
Colégio de São Miguel – em abono da verdade
Ao ler a capa do Jornal de Leiria de 24 de novembro senti-me completamente incrédulo. Pode ler-se: “Professores acusam director do Colégio de São Miguel de perseguição”. Professores? Mas quem? Todos? Eu sou professor e eu não acuso! Não acuso porque não me sinto perseguido e porque não vejo ninguém a sê-lo. Esta afirmação tem tanto de ridículo como de mentira. Há treze anos que sou professor do Colégio de São Miguel e o que vejo é o empenho diário de todos os funcionários, docentes e não docentes, e da direção da escola com um único intuito – servir o melhor possível os alunos e as famílias que em nós confiam. Os três pilares desta escola – Amizade-Verdade-Exigência – são de facto postos em prática todos os dias e os alunos convidados a adotá-los na sua vida escolar e pessoal. Os alunos sentem o carinho e a preocupação com que todos os procuram ajudar a crescer. Estamos todos no mesmo barco, professores e diretor, e a remar para o mesmo lado! Somos uma escola Católica e corremos por gosto, por convicção… não por perseguição! Tenho orgulho na minha profissão. Mas principalmente por a poder desempenhar no Colégio de São Miguel. Identifico-me verdadeiramente com os seus ideais e luto por eles todos os dias! Não posso deixar de ficar incomodado com esta mentira… com qualquer mentira! Duvido que todas as partes tenham sido ouvidas. Eu como professor não fui e desconheço que qualquer dos meus colegas o tenha sido. Como podem assim publicar uma manchete destas? Tenho a esperança de que o Jornal de Leiria seja verdadeiramente isento, os seus jornalistas profissionais idóneos e que a verdade seja reposta na sua próxima edição.
Cláudio Barroca
(Texto escrito segundo as regras do Acordo Ortográfico de 1990)
Manchete de 24 de novembro
Venho por este meio manifestar a minha total indignação e incredulidade relativamente à manchete da edição de ontem, dia 24 de novembro, do Jornal de Leiria. Sou professora no Colégio de São Miguel há vinte e três anos e não me reconheço na mentira que dá título à notícia de primeira página. Sei que a ética e deontologia profissional jornalística devia pautar-se pela imparcialidade. Infelizmente não me parece que tenha sido o caso nesta situação. Não me parece que “os professores do Colégio de São Miguel” tenham sido ouvidos relativamente ao caso publicado. Não me parece ético e deontologicamente correto atribuir-se ao todo dos professores o que apenas alguns parecem acreditar. Qualquer facto tem duas faces e espero que o Jornal de Leiria nos volte a informar sobre essas diferentes perspetivas. O leitor que decida então, pela sua cabeça, qual a sua opinião. Não é meu propósito ofender a idoneidade profissional da senhora jornalista, mas são, para mim, intelectualmente inalcançáveis os fundamentos deste artigo. Não queria pensar que outros interesses se sobrepõem à verdade e à imparcialidade jornalística. Quero continuar a acreditar que se faz um jornalismo idóneo em Portugal e, por essa razão, peço que se esclareçam os factos. Se dúvidas houver, a nossa escola estará aberta e recetiva a esclarecê-las, de forma livre e sem pressões.
Paula Pinto
(Texto escrito segundo as regras do Acordo Ortográfico de 1990)