Com quase quatro meses de funcionamento, que se completam na próxima terça-feira, o novo mercado de Leiria está a conseguir atrair “caras novas”, nomeadamente jovens casais, que começaram por frequentar o espaço movidos pela “curiosidade” e que se tornaram clientes habituais, sobretudo, ao sábado.
É o caso de Lee Reis e de Rita Silva, ambos com 34 anos, que o JORNAL DE LEIRIA encontrou no mercado com a filha Juliette, de dois anos, que, sentada no seu carrinho, ia degustando tâmaras compradas no mercado. Contam que a primeira vez que foram ao espaço aconteceu já depois da inauguração das obras, para “ver o resultado” da intervenção. Gostaram “tanto” que se tornaram “fãs” e hoje são uma presença habitual. “Viemos quase todos os sábados. É também uma desculpa para sairmos de casa”, assume Lee Reis, que elogia a “modernidade e a organização” do espaço e a “qualidade” e a diversidade dos produtos”.
Os preços “também são mais em conta e há muita escolha”. De frequentadora esporádica, Anisabela Oliveira, de 41 anos, tornou- se também agora uma cliente regular do mercado de Leiria, que diz estar “mais apelativo e agradável”. “Houve uma grande melhoria. O espaço tornou-se convidativo”, reforça Rita Matias, de 40 anos, que visitou o mercado, pela primeira vez depois das obras, no passado dia 17, acompanhada do filho Xavier, de três anos. “Viremos mais vezes. Prefiro comprar no comércio local. Já o faço na zona onde moro [centro histórico de Leiria] e agora há mais esta opção”, acrescenta Rita.
“Vende-se mais”
“Há muitas caras novas, pessoas que passaram a vir ao mercado. Vêm muitos casais jovens e vende- se mais”, assume Brígida Murta, de 71 anos, instalada na zona dos produtores locais, que funciona no exterior do mercado. Este balanço é partilhado pelos vários operadores com quem o JORNAL DE LEIRIA falou.
Tanto nas bancas de peixe, de fruta e de hortícolas como nas lojas do mercado, os comerciantes salientam o aumento da clientela, que se tem traduzido em mais vendas e reconhecem as melhorias “inegáveis” do espaço. Há, no entanto, algumas queixas por parte dos operadores, como a falta de espaço entre as bancas e a área de trabalho dos vendedores, nomeadamente na zona da peixaria, e a exposição às condições climatéricas do espaço onde estão os produtores locais, debaixo de uma pala na ala poente do mercado.
“O espaço está agradável, bonito e com mais visibilidade, mas não é muito funcional. Nos dias de maior calor, as hortícolas perdem frescura. Temo que no Inverno seja complicado, com a chuva e o frio”, diz José Carlos Alves, que vende na banca do irmão.
Município promete correcções
Na última Assembleia Municipal, Eugénia Costa, eleita pelo PSD, fez eco de algumas “anomalias” no mercado, referindo que, aquando das recentes chuvas, houve “infiltrações”, com necessidade de “recurso a baldes e bacias”. Por outro lado, a zona dos produtores locais tem “poucas garantias de protecção contra a chuva” e o piso “não facilita escoamento da água”.
Em resposta, o presidente da câmara, Gonçalo Lopes, alegou que se trata de “anomalias normais em obras” desta dimensão e que as garantias da empreitada “estão a ser accionadas”. O autarca considerou ainda que o novo mercado “tem sido um sucesso”, traduzido num “aumento de clientes”, nomeadamente “estrangeiros, turistas e jovens” e no “crescimento do volume de vendas”.