Como facilmente se constata através da leitura de qualquer calendário, aproxima-se o fim do letárgico período estival. Ainda resistem algumas festas populares, em aldeias embirrantes que continuam a opor-se ao Querido Mês de Agosto. Mas, na verdade, o entretenimento vai manter-se ainda durante algumas semanas.
Em primeiro lugar, citar obviamente a super-romaria de São João d’Arga, que se realiza já nos próximos dias! Neste encontro, que para muitos é o mais importante do calendário católico nacional, para além do anual sacrifício ritual que consiste em dar três voltas ajoelhado em torno na bonita capela, destaca-se o mítico sarapatel, o arroz doce e a água ardente com mel. Em anos, como este, sem festival Boom, não hesito na visita ao Alto Minho.
Outro importante certame, na infindável festa/feira cabisbaixa que é Portugal, será o Gardunha Fest, que no final do mês apresenta uma selecção de filmes sobre a região e sobre os fenómenos paranormais que lhe são reconhecidos.
Aos desafortunados que não podem deslocar-se a nenhuma destas paragens – pesando no orçamento de que alguns leitores dispõem para viver com algum conforto -, resta esperar, por exemplo, pelos festejos a realizar na Embra, que avança com as suas celebrações já por meados de Setembro, com animação a cargo dos sempre intensos Hot Frappé. Pelo andar da carruagem, espera-se violenta vaga de calor nesse período, eternizando o chamado Verão de São Martinho.
Por entre outros temas (relativamente) quentes que me prenderam a atenção durante a silly season, destacaria o alto preço da amêijoa (muito embora a sua óptima consistência), o regresso em força da raia (porventura de cativeiro), a falta de gordura da sardinha (à excepção da vendida na lota de Sines), o misterioso desaparecimento dos colares de pinhão e a disseminação de uma sanduíche de carne assada chamada kebab por toda a orla costeira.
Em termos agrícolas, a vindima apresenta-se auspiciosa, pelo que o ciclo da morte anunciado com o fim do Verão, parece, para já, bem encaminhado!