A grande paixão pelos karts começou muito cedo, provavelmente quando tinha uns seis anos e os pais o levaram a experimentar o primeiro kart.
“Soube logo que era isto que eu queria”, atira, com as certezas de um pequeno sonhador que à medida que cresce conquista espaço no mundo do karting.
Com 14 anos, João Miguel Oliveira já subiu a alguns pódios, competiu a nível internacional e representou o País.
Natural da freguesia de São Mamede, do concelho da Batalha, o piloto já tem vários prémios no Troféu Rotax Portugal e sagrou-se campeão da Copa Rotax Espanha.
No ano passado, aceitou o desafio de ‘saltar’ mais cedo para a categoria-rainha do karting, ficou em quarta posição na Taça de Portugal e foi apurado para representar o País nas Finais Mundiais Rotax, no Bahrain, depois de já ter corrido nas Finais de Portimão (2017) e de Nápoles, em Itália (2019).
Este ano entra a abrir no kart que pode chegar aos 140 quilómetros/ hora, ao vencer o Open de Portugal de Karting, na categoria-rainha do karting (X30) que foi disputada por 31 pilotos, este fim-de-semana, em Viana do Castelo. Uma conquista que representa “muita evolução” e é resultado de “trabalho, dedicação e afinação de pormenores”, conta.
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Mas também do apoio dos patrocinadores, do kartódromo de Fátima (Ourém) e da equipa Junior Racing Team, acrescenta o pai, Nelson Oliveira. A frequentar o 12.º ano no Colégio de São Miguel, em Fátima, aproveita os fins-de-semana para estudar, treinar no kartódromo e participar em competições. Quando sobra algum tempo, diverte-se com carros telecomandados com o irmão mais novo e o pai, que chegou a competir nesta modalidade.
“Às vezes acabamos os fins-de-semana todos derretidos”, acrescenta entre risos a mãe que há muito prefere “aproveitar estes dias para correr os kartódromos com a família” ou “acompanhar o filho em competições no estrangeiro”.
Mas a dedicação e apoio vão muito além disso, acrescenta Isabel Vieira, de 44 anos: “é um esforço financeiro muito grande, mas também de tempo e emocional porque estamos sempre com ele, a motivar e a apoiar”. “Especialmente quando as coisas correm menos bem”, acrescenta, depois do filho recordar o último grande acidente que teve, há um ano, que deixou o kart completamente destruído.
“Enquanto mãe só tenho duas hipóteses: ou meto o coração de lado e apoio ou arrependo-me para o resto da vida”, assume. Ciente das preocupações da mãe, o jovem garante que não tem medo e adora “sentir o kart, a velocidade e o motor a trabalhar”.
A recompensa, conclui a mãe, assumidamente orgulhosa, “são os pódios, as medalhas e as competições, mas principalmente a evolução, a maturidade e o conhecimento do trabalho dele”. Para o futuro sonha em ser piloto profissional ou engenheiro numa grande marca automóvel.