Foi aos 8 anos, nos kartings a quatro tempos do EuroIndy Kartódromo da Batalha, que o amor de Henrique Cruz pela modalidade começou quando um amigo do pai o convidou a juntar-se ao seu filho para uma volta de karts. “Nas primeiras voltas causei logo uma boa impressão, fazendo bons tempos”, conta o piloto que dois anos depois foi convidado a testar para a Tony Kart. “A partir daí, começou a minha carreira no Nacional”, recorda.
Desde então, tem-se esmerando no karting e no último fim-de-semana arrebatou a categoria-rainha X30 Sénior do Campeonato de Portugal de Karting Toyota, em Portimão, palco da terceira jornada dupla da temporada. É mais uma conquista para a sua actual equipa, o Sporting Clube de Portugal, numa época com um significado acrescido para o piloto de 16 anos que regressa à modalidade após um despiste em Outubro do ano passado.
Um acidente a 120 quilómetros por hora levou a um esfacelo no antebraço, depois de o piloto ter ficado com o braço debaixo do motor. Após duas operações, ficou três meses em repouso. “Os pilotos, se não treinarem durante um mês, perdem muito o ritmo”, lamenta, adiantando que agora treina praticamente todas as semanas para recuperar o tempo perdido.
É um esforço que tem dado resultados, com a equipa a vencer três das seis possíveis vitórias desta temporada. O acidente só lhe “deu mais garra para continuar”, confessa, acreditando que a equipa “já encontrou um ritmo novo”. “Mesmo quando passamos por uma situação difícil, há sempre a possibilidade de dar a volta por cima”, reflecte.
No entanto, assume que combinar a vida de estudante com a de piloto nem sempre é fácil. “É um bocado difícil arranjar tempo para todas as actividades do dia-a-dia”, afirma o piloto, que treina aos fins-de-semana e recorre a explicações para compensar o tempo de aulas perdido. Mas o sonho alimenta o desejo de continuar a praticar a modalidade “durante muitos mais anos” e conta com o “apoio excepcional” dos pais apesar de “não ser um desporto barato”. “Sem eles, nada disto seria possível”, sublinha.