Um funicular entre a estação de comboios e a vila, uma ponte suspensa, um restaurante panorâmico giratório e um parque fotovoltaico para reduzir a factura energética à população são alguns dos projectos que a Câmara de Óbidos pretende desenvolver nos próximos dez anos, com o investimento global a rondar os 73 milhões de euros (ME).
Os “vinte projectos estruturantes para a próxima década”, apresentados à população no passado sábado, englobam um investimento de 36 ME em infra-estruturas, 21 ME na área do turismo, 9 ME na cultura e 7 ME em equipamentos desportivos.
Citado numa nota de imprensa do município, o presidente da autarquia, Filipe Daniel, diz que os projectos “vão melhorar significativamente a vida das pessoas” e que contribuirão para “transformar o concelho de Óbidos para melhor”. “São projectos assentes numa estratégia global para o território e que pretendem ser ferramentas directas de desenvolvimento”, assegura.
A prioridade da autarquia passa pela construção de um edifício multi-serviços, orçado em 1,5 milhões de euros, que irá centralizar a loja do cidadão, os serviços de Finanças, da Segurança Social, do Registo e Notariado e um ‘wellcome center e check in’ (centro de boas-vindas e recepção geral dos turistas) para todas as unidades hoteleiras na Zona Especial de Protecção da Muralha.
O investimento em mobilidade suave, com ligações entre Óbidos e Caldas da Rainha, e a recuperação do Aqueduto da Usseira, num investimento próximo dos 15 milhões de euros, serão as obras seguintes na calendarização prevista pela câmara.
Entre as ideias apresentadas está também instalação de um funicular, que ligará a estação do caminho ferro, actualmente desactivada, à cerca do castelo de Óbidos, num investimento estimado em cinco milhões de euros.
Ainda no sector do turismo, “porventura, o mais ambicioso do ponto de vista de projectos”, assume a autarquia, há a intenção de instalar uma ponte suspensa junto ao Sobral da Lagoa, e de desafiar os privados a avançar com um restaurante panorâmico giratório, na Usseira, com capacidade para “cerca de 200 pessoas e uma rotação de 360 graus em cada 90 minutos”. “Seria um motivo de atracção e de comunicação”, antevê Filipe Daniel.
Na “lógica de descarbonização”, a autarquia quer disponibilizar um comboio eléctrico na zona Lagoa de Óbidos, “movido a energia solar”, e instalar uma central fotovoltaica, com capacidade para produzir “15 a 20 megawatts” e que permitirá aos munícipes, empresas e associações “uma poupança de 35 a 45% na factura da electricidade”.
Outra das propostas da autarquia passa pela construção de um centro cultural de congressos e de desporto, que será projectado à imagem do “estádio do Bayern de Munique”, e pela reabertura da cidade romana de Eburobrittium, com uma “estrutura coberta, com zonas de passadiços interiores, para que se consiga explorar todo aquele espaço, sem danificar o património”, explica Filipe Daniel, revelando ainda a intenção de criar balneários termais no Convento das Gaeiras