A região Oeste será a primeira a nível nacional a medir a emissão de gases com efeito de estufa (GEE) em todo o seu território através de um modelo de gémeo digital (Digital Twin) de inteligência territorial.
Esta nova tecnologia, aplicada no âmbito da iniciativa Oeste Smart Region, da OesteCIM, utilizada na indústria dos moldes e plásticos e em chão-de-fábrica, será uma estreia importante no planeamento e gestão territorial com base em dados, como primeira solução regional dos desafios da Lei de Bases do Clima.
O Oeste Smart Region concebido pela NOVA Cidade – Urban Analytics Lab da NOVA Information Management School (NOVA IMS).
Esta plataforma analítica aplica Inteligência Territorial para a recolha, armazenamento, processamento e análise de dados, para posteriores análises descritivas, predictivas e prescritivas.
Junta agora a possibilidade de medição de emissão de gases com efeito de estufa.
O presidente da Comunidade Intermunicipal do Oeste, Pedro Folgado, em nota de imprensa, refere que sendo a sustentabilidade um dos eixos estratégicos do Oeste, com “a ambição de alcançar a neutralidade carbónica o mais rapidamente possível”, o gémeo digital Oeste Smart Region será essencial para criação de políticas públicas, “no desenho de programas e intervenções públicas necessárias para alcançar os objectivos estabelecidos com base em dados objetivos e com elevada granularidade espacial e temporal”.
A contabilização foi efectuada adoptando o Protocolo Global para Inventários de Emissões de Gases do Efeito Estufa de Escala Comunitária (GPC), desenvolvido numa parceria entre o World Resources Institute, o C40 Cities Climate Leadership Group e o ICLEI – Local Governments for Sustainability com o propósito de criar um protocolo padrão para medição das emissões de gases com efeito de estufa para cidades e governos locais.
Com base nesta metodologia e sua integração no Oeste Smart Region foi possível contabilizar as emissões dos 12 municípios e da região no seu todo, permitindo ainda fazer benchmarking e partilhar boas práticas e conhecer a sua proveniência, distribuídas por cinco sectores: Energia; Transportes; Resíduos; Processos industriais e uso de produtos; e Agricultura/Floresta/Uso do solo.
Além disso, o protocolo GPC estabelece um modelo de inventário de emissões onde são classificadas em três âmbitos, com base na dimensão territorial das mesmas, o que permite identificar fontes de emissão dentro e fora dos limites territoriais considerados. o que permite criar planos de mitigação mais eficazes.
Alguns exemplos são as fontes de produção de energia localizadas fora dos limites territoriais que fornecem energia às cidades ou regiões, ou as emissões provenientes de aterros de resíduos localizados fora dos limites geográficos, mas que ocorrem como resultado de actividades dentro desses limites.
Estes enquadramentos permitem uma análise mais diferenciada das emissões de GEE para a região CIM Oeste: se forem consideradas apenas as emissões de GEE que ocorreram dentro dos limites geográficos, as emissões aumentaram 2% entre 2016 e 2020.
Se forem consideradas as emissões de GEE que estão relacionadas com actividades localizadas dentro dos limites da região, incluindo a produção de electricidade para satisfazer o consumo dos municípios, mas ocorrendo fora dos seus limites, verifica-se uma evolução positiva e uma redução de 12% no mesmo período temporal.