Não se sabe a idade exacta, mas estima- se que tivesse mais de dois mil anos. O que se sabe é que a oliveira milenar que se encontrava num terreno privado na aldeia de Chão Galego, na freguesia de Turquel, concelho de Alcobaça, foi destruída recentemente, desconhecendo-se o destino dado à madeira.
“Há cerca de três semanas foi uma máquina ao terreno, que cortou a árvore em pedaços mais pequenos. Dizem que é para fazer instalações artísticas”, conta o presidente da Junta, Jorge Onório, confessando-se “triste” com o desaparecimento da oliveira, que não tinha qualquer tipo de classificação. “Era emblemática, mas estava em propriedade privada. Não creio que a Junta pudesse ter feiro alguma coisa”, refere o autarca.[pub-by-id pubid=’195′ f=’1′]
Além de triste, João Moreira sente- -se “indignado” e “revoltado” com que considera “um crime ambiental” com a destruição de “um autêntico hino à natureza”, que foi “cuidada por dezenas de gerações” e que agora acabou “destruída em cavacas”. Tanto o morador como o presidente da Junta contam que a árvore terá sido comprada há alguns anos por uma empresa que se especializou na recuperação e transplante de oliveiras, com a perspectivas de a vender para o Dubai, informação que não foi possível confirmar.
Contactado pelo JORNAL DE LEIRIA, André Soares dos Reis, representante da empresa Oliveiras Milenares, negou ser o dono da árvore, apesar de haver testemunhas que o viram no local. “Estive lá, mas foi há muito tempo. A oliveira não é minha”, assegurou, referindo ainda que a empresa “não fez qualquer datação” à árvore em causa.
Certo é que, em 2012, a oliveira, cujo tronco tinha perto de quatro metros de diâmetro, foi removida do local onde cresceu e transplantada para uma espécie de vaso com cerca de sete metros. Após a mudança, “começou a perder algum fulgor e foi secando”, conta João Moreira, adiantando que, a última vez que viu a oliveira, “um mês antes” do corte, ela “estava a rebentar por baixo”, sinal que “ainda não se encontrava totalmente perdida”.