Os vereadores do PSD contestaram a possibilidade de vir a ser instalada no concelho da Batalha uma linha de muito alta tensão, que poderá atravessar as freguesias de São Mamede e Reguengo do Fetal, durante a última reunião do executivo municipal, na segunda- feira, onde apresentaram uma proposta para a redacção de um documento “onde o executivo se pronuncie contra a localização prevista do traçado da linha”, que pretende ligar Rio Maior a Leiria.
O traçado que estará a ser estudado “colide literalmente com a Zona Industrial de São Mamede, dividindo-a em duas partes distintas e inviabiliza qualquer investimento que o município e/ou promotores pretendam fazer na zona industrial, tendo um um impacto paisagístico visual brutal no território”, apontaram os vereadores da oposição, acrescentando que, por “atravessar a zona das Pedreiras Históricas da Torre, destrói o valor patrimonial e histórico aqui existente, sendo que o ruído provocado vai afectar as habitações próximas”.
Em resposta, o presidente Raul Castro referiu que o município “ainda não recepcionou a localização definitiva”, pelo que “não poderá ser tomada uma posição”.
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Nuno Almeida, vereador do PSD, acrescentou ter tido conhecimento da existência de uma reunião na câmara municipal, onde foi mostrado “um hipotético traçado”. “Havendo esta abordagem ao município, se nesta fase inicial do estudo, o executivo entender que é contra, deve elaborar o documento a afirmar que não concorda com o traçado, sendo definitivo ou provisório, e enviá-lo para a Direcção- Geral de Energia e Geologia e secretaria de Estado da Energia e Clima”.
Sobre a realização dessa reunião, Raul Castro adiantou que o município “analisou a proposta”, tendo sido “feita uma crítica por escrito”. “Ficou combinado que, sem reunirem com os presidentes de junta e o município, não se avançaria. Entretanto, soube que andavam a fazer contactos com proprietários de terrenos e liguei para Lisboa. O serviço desconhecia o que se passava, e ligaram-nos depois a pedir desculpas e a indicar que tinham mandado parar todos os contactos”, revelou o edil, assegurando estar “tudo parado até à reunião que haverá ainda este mês entre a entidade responsável pela linha, os presidentes de junta e o município”. “Primeiro quero saber quais são as soluções alternativas, e depois aí ver que posição tomamos”, afirmou Raul Castro.
Já para Ana Rita Silva, “em nome da transparência neste concelho, [o presidente] deve convidar um número alargado de forças. Esta linha terá impactos em muitas pessoas, desde problemas de saúde, económicos e paisagísticos. Enquanto oposição devemos ser chamados a estar na reunião.”