São todos antigos alunos da Escola de Música do Orfeão de Leiria (EMOL) e notabilizaram-se como profissionais. O saxofonista e director artístico da Orquestra Jazz de Leiria, César Cardoso, o pianista e director da Leiria Cidade Criativa da Música Unesco, Daniel Bernardes, o guitarrista Pedro João Rodrigues, a professora de flauta transversal e vencedora do Prémio Jovens Músicos em 2010, Marina Camponês, e o clarinetista Nuno Antunes, radicado em Nova Iorque, nos Estados Unidos.
Segundo dados do Orfeão de Leiria, seguiram carreira profissional na música e na dança 170 alunos formados na EMOL, que em 2022 chega aos 40 anos de actividade.
O início das comemorações está agendado para sábado, 5 de Novembro, com o espectáculo de abertura solene do ano lectivo a decorrer no Teatro José Lúcio da Silva, depois das 21 horas.
No último Verão, uma nova geração ingressou no ensino superior artístico, com destaque para José Guilherme Neves, estudante de tuba, actualmente no Conservatório de Amesterdão, na Holanda.
Entre os alumni que se profissionalizaram e obtiveram reconhecimento internacional, encontra-se também o pianista João Costa Ferreira, que no próximo domingo, em Lisboa, actua na 34ª Temporada de Música em São Roque. Do período de oito anos no Orfeão de Leiria, até concluir o ensino secundário em 2005, recorda o “nível alto” da instituição, com “exigência e seriedade”, capaz de conferir noções “bastante sólidas”, e, sobretudo, a influência de professores como Luís Batalha, Pedro Rocha, Pedro Pinto Figueiredo, Mário Nascimento e Alberto Roque.
“Já nos eram dadas bases que são abordadas no ensino superior”, salienta. João Costa Ferreira graduou-se em França pela École Normale de Musique de Paris e é doutorado em Música e Musicologia pela Sorbonne Université, com tese acerca da obra de José Vianna da Mota.
Na EMOL, estão actualmente mais de 750 alunos e 66 professores que leccionam 23 instrumentos, dança clássica, dança contemporânea, dança criativa, hip hop e pilates, entre outras ofertas formativas.
Segundo Vítor Lourenço, presidente do Orfeão de Leiria, “urge encontrar novos espaços” para acolher “em boas condições de trabalho e ensino” todos os que procuram a instituição, que tem “investido essencialmente na aquisição de de novos instrumentos e na melhoria das infraestruturas tecnológicas” e cujas instalações “foram projectadas para um universo de alunos inferior” ao actual.
Neste ano lectivo, o departamento de música do Orfeão de Leiria apresenta um recorde de alunos, segundo Vítor Lourenço, que destaca “a maior procura dos cursos livres” pela comunidade, num contexto em que as vagas financiadas pelo Estado no ensino artístico especializado “são inferiores à procura”.
Responsável pela direcção pedagógica da EMOL, o trombonetista Mário Teixeira considera que “um dos principais desafios” com que o conservatório se depara é conseguir a continuidade de estudos de ciclo para ciclo. “A procura é elevada, no entanto, o Ministério da Educação não nos tem dado a possibilidade de ter mais alunos no ensino secundário, por exemplo”, argumenta. “O grande desafio”, porém, “é continuar a ser uma escola da região e não apenas da cidade”.
Da infância até à terceira idade, em regimes oficiais e não oficiais, com cursos que vão desde o género erudito ao pop rock, passando pelo jazz, a EMOL é um estabelecimento “para todos”, aponta Mário Teixeira. “A vertente performativa e educativa” traduz-se num conjunto de orquestras e coros “que permite uma descentralização sem par na região”, acredita. “Distingue-nos ainda o facto de, em 40 anos, termos formado muitos alunos que se têm estabelecido em Leiria”.
Dos 66 professores da EMOL, 27 são antigos alunos, ou seja, 41%.
O Orfeão de Leiria realiza então no sábado, 5 de novembro, a cerimónia de abertura solene do ano lectivo 2022/2023, no Teatro José Lúcio da Silva, com a participação de alunos e professores.
Serão entregues os diplomas de conclusão de curso a todos os que terminaram os cursos básicos e secundários do ensino artístico especializado na área da música e da dança no ano lectivo anterior. Entre eles, um punhado de estudantes que transitaram para escolas do ensino superior: Adriana Santos, oboé, na Academia Nacional de Orquestra – Metropolitana; Bruna Pinto, flauta transversal, na Escola Superior de Música de Lisboa; José Guilherme Neves, tuba, no Conservatório de Amesterdão; Luísa Morais, flauta transversal, no Conservatório Paul Dukas, de Paris; Pedro Santos, trombone, na Escola Superior de Música e Artes do Espetáculo, no Porto; e Sidnei Rebelo, eufónio, na Escola Superior de Música de Lisboa.