A transição para uma economia sustentável é um imperativo global, e Portugal não está alheio a esta necessidade. No cerne desta mudança estão os “empregos verdes”, que desempenham um papel crucial na mitigação das alterações climáticas e na promoção de uma economia circular, resiliente e sustentável.
Mas qual é o verdadeiro potencial destes empregos em Portugal e quais os desafios? Estarão os jovens inclinados para seguir tais carreiras? Apesar de não existir uma definição sobre o que são empregos verdes, consideram-se como tal os que resultam em actividades que contribuam para a redução das emissões de gases com efeito de estufa, que melhoram a sustentabilidade ambiental, que reduzam a poluição, os impactes ambientais e a produção de resíduos.
Neste âmbito, incluem-se actividades do sector de bens e serviços ambientais, tais como a produção de biocombustíveis, a instalação de painéis fotovoltaicos, os serviços de consultoria ambiental, como ainda actividades relacionadas com a recolha, a separação e a reciclagem de resíduos, o tratamento de águas e de águas residuais, assim como a gestão de recursos naturais.
No momento, quais são os empregos verdes mais procurados? Segundo a EURES (European Employment Services), os empregos verdes com maior procura são: engenheiros de energia renovável, engenheiros civis, cientistas, gestores de pescas, “cirurgiões” de árvores e designers de produtos.
Um estudo do LinkedIn de 2024 mostra que os empregos sustentáveis mais procurados na plataforma são os relacionados com o planeamento de acções climáticas, educação para a sustentabilidade, quantificação de emissões de gases com efeito de estufa, sustentabilidade corporativa, tecnologias de informação “verdes”, relatórios de sustentabilidade, produção e gestão de energias renováveis (solar, hidrogénio, biogás) e gestores de ecossistemas.
Estas capacidades estão a ser procuradas actualmente, no entanto, há escassez de pessoas com tais qualificações. Parte destas profissões ainda terão de ser desenvolvidas pelas escolas profissionais, politécnicos e universidades. Até existirem tais qualificações no mercado, haverá necessidade de requalificar pessoas para se conseguir alcançar os objectivos de descarbonização, de reciclagem, de despoluição, entre muitos outros, relacionados com a sustentabilidade.
Esta é a altura em que muitos jovens escolhem a sua profissão. Optar por empregos verdes é fazer parte de soluções concretas para os problemas ambientais, com elevado potencial de estabilidade e de oportunidades de carreira, fortemente ligados à inovação e à digitalização, contribuindo para um impacto económico positivo. Sim, os empregos verdes têm futuro.