O projecto “Bata Branca” garantiu, no primeiro ano de funcionamento em Ourém, quase 20 mil consultas a utentes do concelho sem médico de família. O balanço foi apresentado pelo presidente da câmara, Luís Albuquerque, na última sessão da Assembleia Municipal, realizada no sábado.
Na ocasião, o autarca voltou a reconhecer que a saúde continua a ser uma das “grandes preocupações” do concelho, onde cerca de 40% da população continua sem médico de família. “O Bata Branca não é o ideal, mas está a permitir minimizar o problema”, frisou Luís Albuquerque, adiantando que o município está procurar junto da Unidade Local de Saúde da Região de Leiria (ULS RL) reforçar o programa, passando das actuais 150 para 175 horas semanais.
“O município não tem competências nesta área [contratação de médicos], mas com este projecto assumimos investimento de 135 mil euros por ano para procurar colmatar este problema”, assinalou Luís Albuquerque.
O projecto Bata Branca resulta de um protocolo que envolver a ULS RL e o município, segundo o qual cabe à primeira entidade pagar 27 euros/hora e à câmara 15 euros/hora aos médicos.
Iniciado há um ano, o programa conta actualmente com dez médicos, que prestam serviço no centro de saúde de Ourém e nas suas extensões de saúde, com excepção de Atouguia que, de momento, “não tem acompanhamento médico”.
“O Bata Branca é um paliativo para um problema que carece de outro tipo de soluções e capacidade de atractividade de médicos”, afirmou Daniel Oliveira, residente em Ourém, que fez uma intervenção na sessão da Assembleia Municipal, no período reservado aos munícipes.