Braga, Lisboa, Faro, Aveiro, Guimarães e Ourém acolhem entre Setembro e Novembro o regresso aos palcos dos Mão Morta, que assinalam 40 anos de carreira e 50 anos da Revolução dos Cravos com o espectáculo “Vila La Muerte!”, baseado em novas canções.
A banda actua no Teatro Municipal de Ourém no dia 23 de Novembro.
Em paralelo, os Mão Morta estão a organizar conferências com politólogos, filósofos e historiadores, entre eles, Carlos Martins, Manuel Loff, Sílvia Correia e Luís Trindade.
Quais as características dos fascismos actuais? Quais os seus perigos explícitos e implícitos? O que se mantém do fascismo histórico nos nacionais-populismos de hoje? Qual a relação dos fascismos actuais com as democracias liberais? Quais as liberdades que estão, nos novos fascismos, seriamente ameaçadas? Estas e outras perguntas vão animar os debates moderados por elementos da banda.
“Viva La Muerte!” é “um espectáculo de comemoração e de alerta”, com temas que irão buscar referências a autores como José Mário Branco, Adriano Correia de Oliveira, Zeca Afonso ou Ary dos Santos.
As letras são da autoria de Adolfo Luxúria Canibal e a música é assinada por Miguel Pedro e António Rafael, com arranjos a cargo dos Mão Morta.
Inspiram-se, por outro lado, nas “temáticas do fascismo contemporâneo, como o ultranacionalismo bélico, as teorias racistas da “grande substituição”, a globalização das teorias conspiracionistas, o ódio ao conhecimento científico e às instituições do saber ou o apelo ao pensamento único, de vocação totalitária”, é referido na nota de divulgação.
“Numa época em que o perigo do regresso do fascismo se torna palpável, os Mão Morta não podiam deixar de se manifestar e de denunciar o ar dos tempos”, pode ler-se no mesmo texto.
“É sobre este recrudescimento das forças maléficas anti-democráticas e do seu comportamento arruaceiro que os Mão Morta querem fazer um espectáculo, deixando claro os perigos que corremos e em que a democracia incorre. É o contributo da banda para os festejos do 25 de Abril, esse acto fundador dos dias radiosos em que Portugal cresceu nos últimos 50 anos. E também a maneira mais digna de celebrar os 40 anos da banda, dizendo presente quando a sociedade democrática em que vivemos e nos acolhe mais precisa, como é dever de qualquer artista e intelectual, enquanto “trabalhador do espírito””, declara a banda em comunicado de imprensa.