Já não há paciência… de nos demitirmos da nossa missão como cidadãos. Como parte que forma um todo. Estamos sempre à espera dessa grande entidade abstracta “eles” ou “os outros”. Eles que façam, que mandem, que resolvam… e nós? E eu? E tu?
Detesto… o pequeno poder que maltrata. Ter poder é servir os outros e contribuir para a melhoria das suas vidas. Isso é ser poderoso.
A ideia… de uma máquina pensar e sentir por mim é aterradora. A inteligência não pode ser artificial. É humana por definição.
Questiono-me se… este ritmo contranatura em que vivemos, com decisões em milésimos de segundo, com reacção em vez de reflexão, com crítica em vez de empatia, nos vai levar a algum lado… também posso responder: não!
Adoro… pensar devagar, ler devagar, viver devagar. Cozinhar para quem amo e estar à mesa horas a conversar sobre a vidinha. Gosto mesmo.
Lembro-me tantas vezes… dos ensinamentos da minha avó Joaquina, agricultora, que me dizia frequentemente: “Sandra, só regamos a terra no dia em que a água nos pertence!” Respeito.
Desejo secretamente… viver até ser muito velhinha e enrugada para acompanhar as gargalhadas dos meus filhos e dos filhos deles e dos filhos dos outros…. Não gosto da ideia de deixar isto, pá!
Tenho saudades… das tardes imensas da infância, onde brincar não era um conceito estudado e conferenciado. Onde paus eram talheres, pedras batatas fritas e o vento as cortinas da casa imaginária.
O medo que tive… do vazio, do silêncio, do espaço crescente, da ausência de risos nos recreios, dos corredores sem eco, das salas sem perguntas, durante a pandemia. Não quero mais!
Sinto vergonha alheia… de quem se augura o direito de decidir o que faço com o meu corpo. Respeito.
O futuro… a todos nós pertence. Estamos todos implicados naquilo que somos e seremos. Acredito mesmo que somos parte da equação, o que acarreta responsabilidade e compromisso. Sou professora porque acredito que ponho as mãos e a alma no futuro dos que me rodeiam, a quem ensino e com quem aprendo.
Se eu encontrar… o Nelson Mandela numa rua estrelada num tempo qualquer, dou-lhe um abraço e grito: “Obrigada, mestre!”
Prometo… continuar a ser uma cidadã, mãe e professora que acredita na Escola como local de oportunidades, de aprendizagem, de afectos e, acima de tudo, de sonhos de futuro.
Tenho orgulho… nos meus alunos quando voam, com o mundo todo nos olhos e vontade de ser. É um orgulho que se traduz, muitas vezes, em lágrimas de alegria. Assumo a minha emoção como parte daquilo que sou. Os meus alunos sabem do que falo!