– Já não há paciência… para sistemas de atendimento automatizados e assistentes virtuais. Consomem-nos tempo e são ineficientes. Manter atendimentos humanizados é uma questão de respeito pelas pessoas e é também uma questão de inclusão.
– Detesto… extremismos. Sei que não está muito na moda, mas sou de equilíbrios. Gosto da ideia de perceber o outro lado, mesmo que não concorde, e acredito em espaços de diálogo. Vivemos tempos de muito ruído e de pouco encontro. Temos de reaprender a conversar e a escola pode ser espaço para isso.
– A ideia… de construir, de criar, entusiasma-me sempre, seja uma receita ou um projeto de trabalho.
– Questiono-me se… isto, se aquilo. Questiono-me e autoquestiono-me muito. Prefiro grandes interrogações a grandes certezas.
– Adoro… histórias sobre a complexidade da vida e das pessoas, adoro conhecer os outros e a natureza humana profundamente. É daí que nasce o meu interesse por jornalismo e por literatura, vias diferentes para chegar ao mesmo sítio. Se a realidade muitas vezes ultrapassa a ficção, a ficção pode também ajudar a compreender a realidade.
– Lembro-me tantas vezes… que somos vulneráveis. Pode ser esmagador. Procuro contrariar com alegria e, às vezes, com uma boa risada. Ajuda a aligeirar os dias.
– Desejo secretamente… que a casa se limpe sozinha. Não era maravilhoso aproveitarmos esse tempo para outras coisas?
– Tenho saudades… do tempo longo e lento das férias de verão. De ler na areia. De viver devagar, de não me preocupar com absolutamente nada. Acredito muito que esse tempo é produtivo.
– O medo que tive… da rotina trouxe-me para a sala de aula. Não há dias iguais. Mudam os horários, as pessoas, os projetos, as situações. Não há sítio melhor para nos renovarmos. Estou sempre a aprender.
– Sinto vergonha alheia… de quem ainda acha que Lisboa é o centro e o resto é paisagem. Que pensamento tão pequeno. Gosto de poder viver e atuar numa cidade como Leiria. O centro é onde estivermos e como o construirmos.
– O futuro… parece-me enevoado. Tive a sorte de crescer num tempo primaveril, de otimismo, de confiança, de liberdade e de abertura. Sinto que estamos a entrar num novo ciclo, de muitos retrocessos. Gostava que pudéssemos estar a fazer diferente.
– Se eu encontrar… coisas bonitas, distraio-me a apreciar.
– Prometo… nada. O melhor é não prometer nada, que de promessas está o inferno cheio. Mas sou comprometida. Procuro sempre dar o meu melhor.
– Tenho orgulho… da integridade dos meus pais e da minha família, cheia de mulheres, que me ensinaram a trabalhar com gosto, a ser independente e a olhar de frente, mesmo quando é difícil. Espero conseguir passar isso aos próximos.