– Já não há paciência… A última demorei duas horas para conseguir fazê-la, dei cabo de dois maços de tabaco em vão… Nunca me saía bem e notava-se que não eram cigarros perfeitinhos acabados de sair da box.
– Detesto… redes sociais, aliás não gosto de redes em geral. Detesto redes de telemóveis, redes de pesca, redes das capoeiras…Antigamente é que as redes eram boas, principalmente aquelas que se usavam em capoeiras, o arame usado era bastante maneável, dava gosto ver as galinhas e coelhos dentro das mesmas. Hoje em dia já nada disso existe. Foi por isto que deixei de comer carne e peixe, passando a comer tudo grelhado.
– A Ideia…a-Nova foi habitada pelos Ideianovences a partir da Ideia-Média até meados do século vintage. Portanto, faz este mês 20 anos que a ideia se tornou velha.
– Questiono-me… se me fazem pensar sobre determinado assunto ou quando procuro uma resposta e não tenho a quem fazer a pergunta, aí tenho de me questionar a mim mesmo, porque não tenho outra alternativa.
– Adoro… ir ao shopping ver as montras respeitando toda a sintética, fazendo o possível para não andar em contra-mão. Estaciono sempre o carro no exterior por ter na sua traseira um autocolante do GPL.
– Lembro-me tantas vezes… que às pás nas tantas de tanto me lembrar acabo por me cansar. Lembro-me sempre disto.
– Desejo secretamente… deambular pelo infinito no meu melhor casaco de cabedal e ficarem todos com a ideia que sou um agente secreto português à paisagem.
– Tenho saudades… de pensar que não envelhecia. Até que percebi que se cair posso sempre agarrar-me ao chão.
– O medo que tive… foi-me roubado e nunca mais o vi. Era um medo enorme, bonito, ficava- me mesmo bem. Tenho pena de o ter perdido. “ – Medo se estiveres vivo telefona-me, volta, estás perdoado! Eu sei que foste roubado!”
– Sinto vergonha alheia… quando estou alienado, com o olhar turvo, com vozes a ecoarem-me na cabeça. A minha vergonha fica alterada, fica meio alheia ao que se está a passar. Acho que é isto que sinto. Tal como eu a mim próprio me acompanho, também a minha vergonha alheia se acompanha a mim próprio.
– O futuro… será uma onda gigante alcançar e abater uma nave espacial por causa das alterações climáticas. Até lá as alterações continuarão bastante climáticas para uns e menos climáticas para outros.
– Se eu encontrar… uma série de ramos com flores sete palmos de terra acima da minha testa, é sinal que algo estranho se passa e que está na altura certa para mudar de vida.
– Prometo… mover-me sempre em prol de uma calça digna. Uma calça solidária em que todos podem participar unificando as suas calças. Tornando este mundo a “better place to live”. Acabei de encontrar uma marca de jeans nova.
– Tenho orgulho… em ser uma Vaca, como na música da Rua Sésamo.